domingo, 31 de outubro de 2010

Precisa-se de assessores para desembargador

Por ocasião daquele meu relato sobre minha última ida à Ilha da Agonia, sixqueci de mencionar um fato extremamente importante.

Em que pese o terrível diagnóstico que recebi de Dr. Fritz, aproveitei que já estava na sede do Green Belly Supreme Court of Justice e dei um pulinho no gabinete do Desembargador Louco Imóveis, antigo colega com quem aprendi a arte das gambiarras.

Ao adentrar em seu gabinete, fiquei abismado com a suntuosidade. As paredes eram recobertas de veludo, todos os móveis eram de mogno, das janelas se descortinava uma deslumbrante vista do Oceano Atlântico, e sua equipe era formada por dez loiras de olhos azuis, pele alva, vindas de países normandicos.

Fui recebido com uma caipirinha das mãos de Paulinho Paulada, seu chefe de gabinete. As palavras de Dr. Fritz ainda me atormentavam, então tomei a bebida num gole. Em seguida, Paulinho me encaminhou aos aposentos de Louco Imóveis, onde ele estava repousando em uma cama king size, acompanhado de três de suas estagiárias nórdicas.

Aparentemente feliz em me ver, ele dispensou suas estagiárias e papeamos animadamente sobre a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Findo o assunto, tomamos um cafezinho, nós despedimos e eu iniciei meu triste regresso para aquele negócio que se convencionou chamar de cidade: Gaspar.

sábado, 30 de outubro de 2010

Marcelo Ribeiro

Nunca entendi o porquê de toda essa veneração ao Pelé, como se o cara fosse algum tipo de divindade, tal qual Negu Branco.

Na minha opinião, o único feito digno de nota desse sujeito foi ter comido a Xuxa quando ela ainda era gostosa.

Uma ode ao Senhor das Trevas

Começo este relato parafraseando o Senhor das Trevas, membro dissidente da finada Ordem dos Betoneiras: "ahhhhh, sô cagadu!", pois tal afirmação é a melhor descrição para a sucessão de fracassos que eu chamo de vida.

Por conta da minha nomeação para ocupar novo cargo público em Muschi Trocken, ontem tive que ir a Florianópolis levar uns exames médicos na Suprema Corte de Justiça.

Ocorre que, como eu sou cagado, ao analisar o resultado dos exames, Dr. Fritz verificou que, aparentemente, eu seria portador de 5 variedades diferentes de tuberco-sífilis, duas das quais eu devo ter contraído naquela vez que tive que dar uma cagada num banheiro público da rodoviária da capital; as outras três devem ter me infectado naquela vez que fui na Zona do Baldinho com Putanheiro-Mor.

Agora vou ter que morrer com mais uma grana pra fazer uns outros exames, fora que minha posse terá que aguardar os novos resultados, razão pela qual a citação do Lorde das Trevas é tão oportuna.

No mais, como sou um estudioso do submundo putanhístico, cumpre-me relatar aos meus inexistentes leitores a cena mais inusitada que pude vivenciar nessa minha ida a Capital.

Como pertenço aos estratos mais inferiores da pirâmide social gasparense, fui pra Ilha da Agonia de busão. Na ida, sentado na fileira de bancos ao lado, havia um sujeito engravatado, falando constantemente num celular totiscrin 6g 8gs. Finda a ligação, ele então abre seu notebook e pluga uma daquelas anteninhas de internet 3G. Até ai, nada de estranho. Já conectado a rede mundial, o sujeito abre o odioso Internet Explorer e passa a acessar sites de putaria, com fotos em tela cheia de mulheres peladas, bem ali no meio do busão, como se aquilo nada fosse. Que tipo de pessoa, ao fazer uma viagem intermunicipal de ônibus, pensa: "que tédio, vou dar um bizu numas fotos de mulher pelada"?

"ahhhhh, sô cagadu!"

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sextourismus in Brasilien

Escrevo essas pobres linhas diretamente daquele curso mandrake que tô fazendo.

Logo de cara, quando a palestrante tentou acessar o site do sistema, recebeu uma mensagem de erro do odioso Internet Explorer. Obviamente, havia algum problema com a conexão da internet, e não com o Internet Explorer em si. Isso, no entanto, não impediu um sabichão que estava na "plateia" de emitir o seguinte parecer: "abre e fecha o teu Internet Explorer que ele 'pega' uma conexão melhor".

"Puta que o pariu", pensei para comigo, sentando num canto escuro e isolado do auditório.

A palestrante, então, como se a opinião daquele sujeito fosse de qualquer valia, abriu e fechou o navegador, sem obter, é claro, nenhum sucesso.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

großen brasilianischen Arsch

Já que todo mundo de Isla Pequeña se negou a ir, essa semana me mandaram num curso mandrake de dois dias em Itajaí, cujo objetivo é ensinar a negada das prefeituras da região a mexer num sistema do Governo Federal. Todo mundo tinha que levar um trashbook, pois a parada roda numa plataforma web 2.0 free software, desenvolvida por pessoas sem vida sexual.

Chegando no auditório onde ia rolar o bagulho, liguei meu notebook e logo logrei exito em estabelecer uma conexão com a internet. Apesar dos diversos divertimentos disponíveis na rede mundial, enquanto a palestrante não chegava, me mantive entretido vendo os losers tentando configurar seus notebooks da CCE comprados no Big. No entanto, minha felicidade durou pouco. É que todos os losers olharam para mim e decidiram que eu deveria configurar a conexão da galera. "Porque eu?", perguntei. "É que tu tem cara de... inteligente (leia-se: 'nerd')", a negada respondeu em uníssono.

Muito a contragosto, peguei o notebook dum cristão, dei umas batucadas no teclado, franzi o cenho,- a fim de impressionar a patuléia - e sentenciei: "tem que chamar o rapazinho da informática, pois é necessário atualizar o firmware das fontes dos notebooks, e só ele pode fazer isso".

Todos me olharam impressionados, como se eu fosse o deus da informática. Em seguida, o podre rapazinho da informática chegou e ficou se matando pra fazer a internet funcionar em cada um dos notebooks.

Vale lembrar que a galera só queria internet pra acessar o Orkut e o MSN, mas que outra coisa poderia se esperar dessa raça miserável de parasitas?

Iniciado o curso, foi a vez da palestrante suar a camisa pra fazer aquela cambada de funcionários públicos de meia-idade conseguirem usar o retrocitado sistema, protagonizando um espetáculo lamentável por conta da burrice da galera. Aparentemente, funcionários públicos de meia-idade são todos disléxicos, pois são incapazes de memorizar os comandos mais simples, não importando quanta vezes o palestrante os repita.

Caso uma granada tivesse sido jogada naquele auditório, naquele dia, só se perderia a granada.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Verfassungsbeschwerde gegen ein Unterlassen des Gesetzgebers

Não que alguém se importe, mas nas próximas semanas, ao que tudo indica, serei empossado num sonhado cargo junto ao judiciário. Serei mais um mamando lascivamente nas suculentas tetas do erário estadual. Não sem antes, é claro, infectar os servidores do executivo de Isla Pequena com um poderoso vírus que irá fazer aquela "cidade" regressar ao período paleolítico - não que a mente dos seus habitantes já tenha saído da idade das pedras.

Meu suposto novo cargo público está lotado no Fórum de Muschi Trocken, uma pequenina cidadezinha colonizada por alemães, onde as mulheres são loiras, de olhos claros, esbeltas e, acima de tudo, frígidas.

Além de poder trabalhar numa cidade aparentemente maneira, o legal é que agora vou ganhar um salário digno e poderei trabalhar na minha área de formação. Ademais, com meu novo soldo, cujo teto é a remuneração dos ministros do STF (R$ 30.000,00 + benesses), poderei realizar meus dois maiores sonhos: comprar um Nike Shox e um carro tunado pra pegâ mulhê.

Meu carro tunado deverá possuir, de preferência, um aparelho de som que possa ser ouvido num raio de, pelo menos, 2 Km, do contrário, não impressionarei as fêmeas, nem serei digno de respeito perante meus amigos descerebrados, também possuidores de carros tunados com aerofólios e rodas maneiras.

Ah, e também poderei bancar um tratamento contra calvice eficaz, assim meus cabelos crescerão de novo e eu também poderei ostentar um daqueles hediondos penteados, milimetricamente bagunçados, que estão na moda entre a mulecada descolada.

Em breve, maiores detalhes...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Lava à jato

Dia desses, voltando de ônibus para casa após um miserável dia de trabalho em Isla Pequena, um cidadão daquela cidade, que também estava no busão e estava levando um lava-jato para Blumenau, teve a sabedoria e razoabilidade de colocar o maldito lava-jato bem no meio da porra do corredor:



Como diria Trevas, membro dissidente da finada Ordem dos Betoneira: "ahhhhhhh, sô cagadu!" (sic)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cachorra Pinscher

Diretamente de Isla Pequena:



Quem decifrar o conteúdo desse anúncio ganha uma passagem, só de ida, para Isla Pequena, onde poderá desfrutar de todas as inumeráveis atrações daquela cidade.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O causo do hotel em Caxias (anexo I)

A fim de melhor ilustrar o relato da incursão que eu e Tonho fizemos em território gaudério, e, da mesma forma, dissipar qualquer dúvida acerca da veracidade daquela estória, eis algumas imagens da nossa acomodação em Caxias do Sul que tirei com meu celular totiscrin 6g 7gs:


Essa foi a "cama" em que eu dormi.


Tonho ficou com a cama de casal. Repare no espelho estrategicamente posicionado e na "porta" do "banheiro".


As amenidades do quarto n. 3 incluiam uma televisão, um ventilador e, pasmem, um rolo de papel higiênico, cuja aspereza só encontra precedente no papel higiênico encontrado nos banheiros da rede estadual de ensino.


Se liga nas manchas de cigarro na mesinha; sinistro.


Se liga na gambiarra pra ligar a televisão na tomada, cuja engenhosidade só pode ser comparada as gambiarras perpetradas por Louco Imóveis, membro fundador e engenheiro ad hoc da finada Ordem dos Betoneiras. Repare, igualmente, que parte da porta esta envergada para dentro, por meio da qual se pode entrever o interior do quarto mesmo quando fechada.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Secreção mucopurulenta

Dias desses, Putanheiro-Mor chegou para trabalhar abatido e cabisbaixo, não por causa de suas habituais e imoderadas bebedeira, o mal que lhe acometia, dessa vez, era um violento resfriado.

Sob a impiedosa ação do vírus da gripe em seu trato respiratório superior, ele fungava a todo instante.

- Que cara é essa, tais gripado pra caramba né? - perguntei a ele, indo contra meu instinto natural de evitar contato com outros seres humanos.
- Não, acho que comi uma buceta estragada mesmo - ele respondeu, dando uma ruidosa gargalhada logo em seguida.

Anotação mental: Não subestimar mais a minha inaptidão no âmbito das relações interpessoais, evitado fazer qualquer tipo de contato com outras pessoas no futuro.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O causo do hotel em Caxias (epílogo)

Certo leito me indagou, nos comentários, se aquele causo aqui relatado, envolvendo um sórdido hotel na região central de Caxias do Sul,  teria como desfecho Tonho e eu indo ao puteiro lá mencionado e que ficava ao lado da nossa acomodação.

Referido cidadão afirmou, ainda, que eventual não ida àquele estabelecimento onde se pratica a prostituição, não seria bem vista pela comunidade heterossexual de Gaspar.

Em que pese a vã tentativa do leitor inominado de colocar em xeque minha virilidade - pela qual sou conhecido como Impavido Colosso por toda porção meridional do território brasileiro -, esclareço que não, Tonho e eu acabamos não indo ao referido puteiro.

Explico: Tonho, rapaz beático e virginal, devoto de Santo Expedito, evita a todo custo as tentações mundanas, pois está se resguardando para o matromônio; eu, por minha vez, faço um tratamento contra calvice que me deixou brocha, impossibilitando-me, assim, de consumar o ato sexual.

Assim, tenho para mim que as razões acima expostas derrubam por terra qualquer prenúncio de dúvida que poderia recair sobre nossa predileção pelo sexo oposto no campo das relações intracorporis.

O causo do hotel em Caxias (tomo III)

... Continuação

Não deu dois minutos, ouvimos passos no quarto de cima. Ouvia-se, distintamente, o barulho produzido pelo andar de alguém usando salto alto, presumivelmente uma mulher.

Logo depois, fez-se um estrondo, como se alguém tivesse se jogado na cama ou tivesse jogado os saltos no chão ou as duas coisas. Ato continuo, pareceu nos que a cama do andar de cima começava a ranger, cada vez mais alto e em intervalos menores, como se alguém estivesse fazendo algum tipo de movimento de vai-vem sobre ela em velocidade progressiva.

Especulamos que alguém poderia estar limpando a cama, ou talvez que alguma criança estive pulando nela, mas antes que pudéssemos concluir qualquer coisa, o ranger enferrujado da cama atingiu seu ápice, sendo então subitamente interrompido, tal qual o silêncio cadavérico que se segue ao climax.

Era a última peça do quebra-cabeça que faltava.

Ao lado de uma zona, gigantesco espelho na parede, preços módicos, só podia ser algum tipo de matadouro destinado aos putanheiros caxienses, desejosos de dar uma rapidinha na hora do almoço ou antes de voltar pra casa. Talvez esse não era o único fim daquele "hotel", mas por certo ele se prestava a esse tipo de coisa.

- Que merda - Tonho sentenciou.

- Acho melhor a gente ir dar uma volta e só voltar a noite, pra dormir - sugeri.

Tonho assentiu com um movimento pesaroso de sua cabeça. Embarcamos no carro e vagamos a esmo por um tempo.

Às margens da Avenida Júlio de Castilhos, avistamos uma confeitaria denominada "Q-Delícia". Resolvemos parar ali e bater um rango. Ato contínuo, nos dirigimos até o Shopping Iguatemi Caxias, onde matamos mais um tempo. É de se mencionar que, nesse shopping, o estacionamento era gratuito, ao contrário do que se vê aqui na nossa região.

Era cedo ainda, nem 19hrs, mas estávamos acordados há mais de 12 horas, 6 delas na estrada. Longas viagens, às vezes, são mais cansativas que qualquer atividade física. Com os olhos semicerrados, decidimos voltar para o hotel e dormir.

De volta ao quarto de n. 3, além de alguns passos ocasionais no corredor e de algumas gargalhadas distantes, nada mais se ouvia. Fatigado, cai na cama. Porém, antes que eu adentrasse ao maravilhoso mundo dos sonhos, mais uma vez ouvimos passos no andar de cima, mais uma vez os passos foram seguidos por um estrondo, mais uma vez ouvimos a cama ser castigada pelos movimentos pélvicos de alguém. E essa sequência de sons imorais se repetiu incessantemente, durante toda a noite, tanto é que na manhã seguinte, ali pelas 7 horas da manhã, acordei com o chiar libidinoso daquela sofrida cama. Imagine, 7 horas da manhã e alguém já estava mandado ver. Só não conseguimos descobrir se se tratava do mesmo casal a noite inteira ou se havia algum tipo de rotatividade.

Penso eu que eram casais diferentes, pois, as vezes, podia-se ouvir a fêmea gemendo ruidosamente, outras vezes não. Tonho, por sua vez, acredita se tratar do mesmo casal a noite inteira..

Enfim, em razão de meu convívio com Putanheiro-Mor e Roxinho, eu já estou habituado ao submundo da libertinagem e não me deixei perturbar pelo "movimento" no quarto de cima, e logo adormeci, acordando só alguma vezes, quando o ranger daquela sobrecarregada cama se tornava mais intenso, apagando logo em seguida.

Tonho, de outra banda, rapaz provinciano e devoto de Santo Expedito, deixou-se transtornar pelos sons que ouviu aquela noite, praticamente não tendo pregado os olhos.

Como dito, acordei às 7 horas da manhã com a cama do andar de cima já sendo maltratada. Tonho, vendo que eu acordará, disse furioso: "porra, olha os dois de novo, até parecem coelhos", relatando-me, em seguida, tudo que tinha ouvido após o cair da noite.

Disse ele que, enquanto "a galera" mandava ver no quarto de cima, em outro quarto longínquo pôde se ouvir o som de um serrote por várias horas, fato que impressionou Tonho de sobremaneira. Além disso, segundo Tonho, a movimentação nos corredores foi intensa a noite toda, com pessoas indo e vindo o tempo todo, às vezes em silêncio e às vezes rindo e falando alto.

Ainda muito perturbado por aquela experiência, Tonho se apressou em arrumar suas coisas e logo quis que fizéssemos o check-out. Ainda meio marejado do sono, só acordei de verdade quando pude ver o colchão que se escondia sob o lençol. "Puta que o pariu", pensei - durante a noite o lençol se desprendeu da cama e revelou um colchão, outrora branco, que havia adquirido uma tonalidade ocre, e que estava repleto de manchas, cuja origem preferi ignorar. Preocupado de que teria contraído alguma doença sexualmente transmissível ao ter entrado em contato com aquele colchão pútrido, tomei um vigoroso banho. Embaixo do chuveiro, chorei silenciosamente, sentido-me imundo por ter repousado meu alvo e imaculado corpo naquela colônia de excrescências.

Pegamos nossas coisas e nos dirigimos até a recepção. Pagamos os 48 mangos da diária e fizemos o check-out.

Aliviados, pegamos o carro, paramos num posto pra comer alguma coisa e depois nos dirigimos ao local de prova.

Eu, que sou um rapaz superdotado, tanto intelectual quanto falicamente, terminei a prova de 80 questões em menos de 2 horas.

Depois, finalmente, pudemos retornar ao glorioso estado de Santa Catarina, onde as noites são silenciosas e os colchões, límpidos...