domingo, 25 de abril de 2010

Gabarito do Concurso de Blumenau

Após três desagradáveis meses, sexta-feira pedi o boné no escritório de adevocacia em que estava trabalhando.

E antes que me critiquem por largar a profissão de adevogado, ressalto que a mim não me interessam títulos de Doutor e outras viadagens do tipo, mas tão somente a cafifa e a garantia de uma existência um pouco mais digna.

É que nesta segunda-feira irei assumir um cargo público de alto escalão no município catarinense de Witmarsum.

Assim, se meu plano de ganhar a vida navegando pelo sete mares for por água abaixo, como tudo aquilo que me proponho a fazer, ao menos não terei que continuar me prostituindo advogando, nem terei mais que conviver com outros adevogados e/ou baixarias em direito, eis que são a profissão e os seres mais desprezíveis do planeta Terra, respectivamente.

Uma vez empossado, minha primeira medida será propor uma emenda à Lei Orgânica do município, no sentido de me ver incluindo na linha sucessória do comando do Poder Executivo municipal em caso de vacância do cargo, que passará a ser a seguinte: vice-prefeito, presidente da Câmara de Vereadores, eu.

Ato contínuo, lutarei pela criação do cargo de Procurador-Geral-Mega-Fodão a ser ocupado pela minha pessoa, e cujas funções consistirão exclusivamente no recrutamento e seleção de estagiárias.

Proporei, ainda, emenda a Constituição Federal para que a redação do Inciso XI, do Art. 37 passe a ser:

"a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, exceto o Procurador-Geral-Mega-Fodão da Comarca de Witmarsum."

sábado, 17 de abril de 2010

Vagas para advogados em Blumenau

"Quando se é um advogado, todos os dias são um chute nos bagos."

- Robaco da Silva, 17/04/2010

Cabo Bojador

Na última quarta-feira, o que poderia ter sido mais um dia de prostração diante de um computador, inventando lorotas jurídico-processuais para ferrar a vida dos outros, transformou-se numa agradável visita à Ilha da Agonia.

Dei o balão no meu desagradável metiê diário para tentar a sorte na cidade grande. Até por quê, como já dizia o poeta Fernando Pessoa, "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena."

Enquanto esperava meu compromisso, matei um tempo dando umas bandas lá no centro. Com certo saudosismo, andei por aquelas ruas, eis que já morei lá quando era apenas uma criancinha cheia de sonhos. Cansado de andar, sentei-me sob o abrigo das árvores na Praça XV e li um pouco.

Chegada a hora, dirigi-me até determinado edifício ali no centro e me submeti a um teste do sofá. Aparentemente com sucesso.

Daqui algumas semanas, inclusive, terei que retornar àquela Ilha para um treinamento. Se mais essa etapa der certo, en preve estarei zarpando em um navio repleto de belas mulheres em trajes sumários rumo ao desconhecido.

Mas deixarei para tecer maiores comentários depois de concretizada essa nova empreitada.

domingo, 11 de abril de 2010

Gabarito Oficial do Concurso do TRF 4

Hoje prestei um concurso para Analista Judiciário da Justiça Federal. A prova tava foda: 20 questões de português, 40 questões de direito e uma redação.

Eu, que estudei bastante, acho que fui pro barro. O gabarito oficial deve sair ao longo desta semana.

E nem preciso dizer qual era o papo corrente entre os baixarias em direito lá presentes. Teve um zé guede, inclusive, que após ficar 11 horas num ônibus que veio do Rio Grande do Sul, teve a empáfia de me dizer "ah, nem estudei nada; vamu vê no que vai dar (...)".

Eu, pessoalmente, teria vergonha de compartilhar uma informação dessa com estranhos.

Mas só deus sabe o que se passa na cabeça desses imbecis que saem do curso de direito...

Dulcolax®

Sou o tipo de pessoa incapaz de aprender com os próprios erros, eis que, ano após ano, o mesmo drama se repete em minha vida:

Chega a Páscoa e minha mãe faz um mega panelão de amendoim açucarado. Durante vários dias, como amendoim açucarado compulsivamente. Posteriormente, sou acometido de fortes caganeiras.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Hipótese de Oparin

Na próxima semana regressarei à Ilha da Agonia para uma nova empreitada.

Se tudo der certo, uma vida de conformismo e resignação dará lugar a uma aventura ao redor do mundo.

Mas enfim, não cantarei vitória antes do tempo.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Apartamentos na Alameda

Lá onde eu laboro, há uma pequena cozinha onde as pessoas se reúnem na hora do almoço para rangar.

Então, um dia desses, lá estava eu silenciosamente comendo um X-Salada. Além de mim, devia haver umas 5 advogadas na mesa. Elas conversavam animadamente, pra variar, sobre o ganhador do Big Bosta Brasil. Em seguida, contavam seus planos caso algum dia viessem a ganhar 1 milhão de reais.

Nisso, uma guria comentou que no dia anterior havia assistido uma palestra na FURB sobre o processo de favelização em Blumenau. A guria, uma advogada de quase 30 anos, contou sua surpresa ao descobrir que havia favelas em Blumenau. Todas as outras advogadas receberam a informação com igual surpresa.

Normalmente me calo perante as asneiras que ouço naquela maldita cozinha, mas aquilo ali era demais.

- Sério, em que mundo vocês vivem? Claro que há favelas em Blumenau. Onde é que tu acha que aquela empregada doméstica que limpa a tua casa mora? Numa cobertura triplex na Alameda? E aquela cambada de malocas que enchem nossas ruas, vocês acham que eles vem de onde? Tome alguns segundos pra olhar ao seu redor e será possível ver que quase todos os morros de Blumenau já foram tomados por casebres. Bla bla bla.

Minha opinião, por óbvio, caiu em ouvidos surdos. Todas me olharam perplexas e eu me lembrei por que evito me manifestar naquele lugar.

Em seguida, como bons boizinhos do consórcio Revista Veja/Rede Globo, concluíram que o problema da favelização em Blumenau era culpa do Governo Lula, que dá dinheiro aos pobres, e do MST, que invade áreas proibidas. De posse de tal conclusão, deram-se por satisfeitas e voltaram a tecer comentários sobre a péssima programação televisiva.