sábado, 28 de março de 2009

Bolsa de estudos na Australia

Eu planejava postar mais umas fotos de Miami, dessa vez da regiao litoranea, todavia minha irma bestinha e seu toque corrosivo detonaram o computador onde essas fotos estavam armazenadas.

En preve voltarei!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Foto Miami - II






O prédio bôrdo é onde eu trabalhava. Seu nome é The Imperial. Das 15 às 23 horas, eu era responsável pela segurança de seus 131 apartamentos. Tenha muito medo.



The Four Season Hotel na Brickel Ave. Com 103 andares é o prédio mais alto de Miami e fica a duas quadras do prédio onde eu desenvolvia minhas atividades laborais.



A Omni Station é uma das principais estações de ônibus de Miami. Depois do trampo, era na Omni que eu pegava o busão pra voltar pra casa.




Busões numa das principais avenidas de Miami.




Na foto um trenzinho do Metro Mover. Metro Mover é um bagulho que tu podia pegar para se locomover no centro de Miami, sem precisar enfrentar o trânsito. O melhor é que era de graça!




Biblioteca Central de Miami onde eu ia para usar a internet de forma graciosa.



Praça próxima a biblioteca, no centro de Miami. Normalmente estava repleta de mendigos e vagabundos, como se pode ver no fundo da foto.



Fórum da justiça comum.



Fórum da justiça federal.




Mendingão batendo um rango na frente do fórum.



Maluco que ficava tocando uma bateria feita de panelas no centro de Miami.




Região central de Miami.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Fotos Miami - I

Com o intuito de poupar os poucos leitores deste blog de mais algum texto pseudo-engraçadinho da minha pobre lavra, eis aqui algumas imagens ilustrativas das paradas que escrevi sobre Miami:




Eu já discorri sobre o meu desprezível companheiro de quarto carioca. Pois bem, o cara é um “burguês-sinho” que mora na Barra da Tijuca, mas veja que lastima é a escova de dentes do cidadão. Te digo que a escova é a cara do sujeito. Para minha infelicidade, fui confrontado com essa triste visão, logo no meu primeiro dia.




Foi no Hacienda Motel que eu morei, juntamente com outros 20 brasileiros e 10 peruanos, do dia 16 de dezembro de 2008 ao dia 6 de março de 2009.



A base da minha alimentação era Miojo, Pepsi e o pão que o diabo amassou.



Ao contrário dos jornalecos locais, na edição de domingo do Miami Herald sempre vinha um caderno com dezenas de tirinhas. Bem legal.



Sente só o tamanho do copo grande de refrigerante nos restaurantes de junk food na obesa terra do Tio Sam. Pelos meus cálculos, cabem quase dois litros de refrigerante ali dentro. E era munido de tal copo que eu dava o golpe do refil em Miami. Para os menos eruditos, refil é o seguinte: Na América Obesa, digamos que você vai ao McTrouxas e pede um lanche com um refrigerante grande, como o da foto. De posse de mencionado copo, enquanto você estiver comendo o seu lanche, você pode pedir pro pessoal do balcão re-encher, refill em inglês, o copo quantas vezes você quiser. Sendo que o golpe que eu dava era o seguinte, eu já chegava no McTrouxas com o copo. Então eu só pedia o lanche e ficava enchendo o bagulho na faixa. Maneiro.



Edição, supostamente, histórica do The New York Times adquirida, por salgados $1,50, em 21 de janeiro de 2009, na qual era noticiada a posse de Barack Obama.



Era na My Dream Coin Laundry, mostrada na foto, que eu lavava minhas roupas.



Mesmo eu, um jovem neo-marxista, sou impotente perante os pequenos prazeres do capitalismo moderno.



Kent Security é a empresa para a qual eu trabalhava. Referida empresa alicia jovens do terceiro mundo para explorá-los, como mão de obra barata e desqualificada, na sonhada terra do Tio Sam.



Ao receber meu primeiro pagamento, dirigi-me a loja mostrada na foto e adquiri um veículo tunado, com som, aros maneiros que brilham e GNV.



No Wal-Mart, maior rede de supermercados do planeta terra, eu fazia as compras do mês. Eu ousaria dizer que o Wal-Mart, apesar de ter a venda tudo o que tu possa imaginar, é tão ruim, quanto o "Inimiguzão"¹ costumava ser. No caso, o atendimento é uma bosta. Veja que, a fim de garantir os menores preços, a maior parte dos funcionários do Wal-Mart são latinos que não sabem falar inglês, o que tinha o potencial de causar grandes transtornos, pois não falo espanhol.



Bandeiras "americanas" balangam majestosas na brisa cálida que sopra do atlântico.



Um exemplo da crise que aflige nossos irmãos do norte. Na foto, tirada em uma construção perto de onde eu trabalhava, uma placa informa que "não estamos precisando de trabalhadores".

En preve® continuará

¹ - "Inimiguzão" foi o termo criado pelo pensador gasparense Beto-Dênis (Beto, neste caso, de Betoneira), também conhecido como "Vaca Louca", que teve seu apogeu na segunda metade do século XX, para designar o Amigão. Mencionado mercado, atualmente Zoni Menos, era muito conhecido pela gentileza de seus funcionários no trato com os clientes.

sábado, 21 de março de 2009

A sociedade capitalista e o rejuvenescimento vaginal


Durante o período em que fui mão de obra barata e desqualificada do terceiro mundo na terrinha do Tio Sam, esse blog, outrora desprestigiado e ignorado pelos internautas, bateu um incrível recorde, recebendo cerca de 1,5 comentário durante o período de três meses.

Assim, diante da falta de conteúdo, irei comentar alguns desses comentários recebidos:

1) No post intitulado "Las tontas no van al cielo", em que discorri sobre um maluco em Miami com uma cueca na cabeça, um desocupado de nome "Ted Love" comentou: "Não seria o Zé Maya, o profeta do ônibus, a.k.a. sunga-man?"

Até poderia, pois mencionado sujeito possuía todas as características inerentes à Zé Maya. Todavia, é sabido que Zé Maya utiliza todos os seus recursos financeiros para adquirir cachaça, não possuindo meios para bancar uma viajem até a "América".

2) No post intitulado "Who let the dogs out", em que discorri sobre a grana gasta pelos "Americanos" com seus cãezinhos, um desocupado de nome "Macalé", comentou: "Ontem o gênio da raça, a.k.a. Zé Maya estava sentado na rótula defronte ao Zoni Menos, com fones de ouvindo, comendo biscoitos e fazendo a caveira com substâncias etílicas. Praticamente um highlander em volta dos automóveis. Creio que ele clama a sua volta"

Desde a morte de Macalé, Zé Maya vem tentando preencher o vazio deixado em sua vida com álcool e mulheres. Espero que ele tenha forças para superar esse momento difícil com sabedoria. E por falar em Zé Maya, tenho que dar continuidade a minha empreitada de tentar tirar uma foto dele e publicá-la aqui. Marquei mó bobeira, quando vi ele no centro de Gaspar essa semana e não tirei a porcaria da foto. Veja que ele estava sem camisa, com uma bermuda vermelha curta, sobreposta a uma bermuda comprida azul e calçando botas de cano alto. Andando serelepe sob o efeito de substâncias estupefacientes e proferindo impropérios no meio da rua.

3) No post intitulado "Vende-se Pajero Sport 2008/2009", em que compartilhei com meus leitores minha descoberta de que "Pajero", em espanhol, significaria "Punheteiro", um desocupado que se escondeu sob o anonimato comentou: "E existe punheteiro no vocabulário oficial?"

Punheteiro, per se, não, mas, segundo o dicionário online da Real Academia Española, Pajero pode significar: "Dicho de una persona: Que masturba o se masturba". É a prova de que nem toda informação veiculada neste blog tem caráter "fictício".

4) No post intitulado "No Ponzi schemes beyond this point", em que compartilhei com meus leitores a aquisição de um Ipobre, mais um desocupado que se escondeu sob o manto do anonimato comentou: "Eu já imaginava que ao primeiro mimo proporcionado pela terra do Tio S. tua amargura desapareceria. Só não imaginava q o deslumbramento te faria achar os mendigos daí melhor q os daqui..."

Mostrando ser um leitor fiel, Sr. Anônimo faz uma referência ao post "Hey, Sally. You think I could get a code 11?", no qual eu afirmo que os mendigos gringos pedem dinheiro para ir no McTrouxas, ao contrário dos Brasileiro que pedem para encher a caveira. Ledo engano, nobre colega. Os mendigos de lá são muito mais desprezíveis, pois além de ganharem subvenções do governo e não precisarem dormir na rua, o que não rola com nossos mendigos, que são totalmente ignorados pela Administração, os mendigos de lá ainda ficavam atazanando a minha vida. No Brasil, por sua vez, raramente sou abordado por pedintes. Logo, nossos mendigos, a meu ver, são muito "mais legais".

5) No post intitulado "Perseguida", em que externei meu desconhecimento sobre um procedimento cirúrgico conhecido como "Rejuvenescimento vaginal", um cidadão anônimo comentou: "A angela bismarchi fez isso já..."

A pergunta que se faz é a seguinte: Será que existe algum procedimento cirúrgico ao qual Angela Bismarchi ainda não se submeteu? Eu penso que a resposta seja não.

6) E, finalmente, no post intitulado "Nova "Gaspare" I", em que relatei minha saga de desabrigado, em razão do maior cataclisma climático de todos os tempos, um cidadão anônimo comentou: "kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk......"

Obrigado. Devo reconhecer que já recebi diversas propostas para integrar o hilário elenco de Zorra Total, bem como para participar do engraçadissimo Concurso de Piadas do Show do Tom.

Isso aqui tá bom demais


Enquanto observador do comportamento humano, agora que utilizo os serviços de transporte do "Consórcio Não-Me-Siga", consórcio que detêm o monopólio do transporte público em Plumenau, pude fazer uma verificação incrível. Qual seja, atos de selvageria e desprezo pelo próximo não são exclusividade dos usuários do Verde Vale das 21:45, oficialmente chamado de "Ônibus Estudante", mas que eu gosto de chamar de "Onde Os Fracos Não Tem Vez" ou "A Lei Do Mais Forte".

Veja que, quando um busão do "Consórcio Não-Me-Siga" aporta em um dos terminais que integram o sistema de transporte coletivo de plumenau, quem já está no ônibus, evidentemente, desembarca pela porta traseira. No entanto, quem esta no terminal, também embarca pela porta traseira, posto que, por estar no terminal, não precisa pagar nova passagem entrando pela porta dianteira. Todavia, com isso cria-se um conflito de interesses, pois quem esta fora quer entrar, enquanto que, ao contrário da música popular, quem esta dentro quer sair. Assim, qual seria o "modus operandi" correto em mencionada situação?

Em observância, não só ao bom senso e as normas de boa convivência em sociedade, mas também aos príncipios basilares do Estado Democrático de Direito, a resposta é muito fácil. O correto, por óbvio, seria, antes de tentar embarcar, aguardar que as pessoas que já estão no ônibus desembarquem primeiro.

Infelizmente, aqui em Blumenau as pessoas cagam para esse simple mandamento e, à exemplo dos gasparenses que pegam o ônibus estudante na fURB às 21:45, comportam-se tal qual selvagens do perído neolitico e tentam embarcar no ônibus, enquanto ainda ha gente tentando desembarcar. É evidente que tal afronta aos príncipios da Civilização Ocidental desencadeia uma série de confrontos físicos, não havendo distinção entre velhos, mulher, crianças ou homens. Nínguém é poupado do desespero instintivo de tentar embarcar no ônibus o mais rápido o possível. E qualquer um que se coloque como obstáculo a essa empreitada será subjulgado pela massa desgovernada de trogloditas.

O que poderia ser taxado como "normal" por algum incauto, é, na verdade, apenas mais um sinal da falência moral que vem sofrendo a população local, em razão da influência nociva trazida pelos migrantes vindos do interior do Paraná, com seus hábitos desregrados, falta de deus e desprezo pela vida e patrimônio alheio.

Outrora uma região que florecia pacifica e prosperamente as margens do Itajai-Açu, com residências no estilo germânico enxainel e jovens arianos caminhando tranqüilamente pelas ruas, o Vale Europeu como era conhecido no mundo inteiro, agora deveria ter seu nome trocado para "Nova Maringá".

quarta-feira, 18 de março de 2009

Marcenária no Bela Vista

Enquanto novo morador do Bela Vista, bairro que esta para Gaspar e Blumenau, como a Faixa de Gaza esta para a Palestina e Israel , seja pelos violentos conflitos armados, seja pela disputa por sua dominação entre os municípios supra mencionados, agora estou finalmente livre daquela empresa que, a revelia da lei, detêm o monopólio do transporte de seres humanos entre a Galhota-Gaxxpar-Plumenau.

Aspectos positivos: a) Ônibus de 15 em 15 minutos; b) ponto de ônibus quase na frente de onde eu moro; c) maior proximidade com a metrópole/menos tempo de viagem; d) horários de ônibus que obedecem à lógica e ao bom senso; e) passagem mais barata;

Aspectos negativos: a) pessoas malucas; b) pessoas que não tomam banho; c) cobradores com a camisa meio aberta, expondo seus torsos esquálidos/obesos, suados e peludos; d) pessoas muitos malucas que nunca tomam banho; e) ter que pegar dois ônibus pra chegar na FURB;

Mas enfim, em razão dessa nova circunstância de miserabilidade, ontem fui ao centro de Blumenau adquirir passe escolar. O bagulho, como diria um carioca com quem tive o desprazer de dividir um quarto por um mês, ficava moqueado na face lateral externa do “Xops Noimarketis”. Ainda do lado de fora, já pude ver, através das portas de vidro adesivadas com caucasianos jovens, magros e felizes, o caos que era o negócio. Sério, tinha nego “saindo pelo ladrão” tamanha a quantidade de gente dentro da parada. Em contraste com as imagens estampadas no vidro, eu, um caucasiano, jovem e magro, não estava nada feliz com aquilo. Mas enfim, com muito esforço entrei, peguei uma senha e, tamanho o abismo existente entre a estrutura disponibilizada e a pretensão burocrata do Consórcio Siga, esperei por uma hora e trinta minutos para ser atendido.

Uma hora e meia de espera pra comprar passe é uma daquelas situações que, normalmente, teriam desencadeado minha fúria colérica contra empresas de ônibus malignas. No entanto, pude ouvir uma conversa ao lado que me fez esquecer, por alguns minutos, o quão miserável é a minha miserável existência.

Lá estava eu, sentado em uma porcaria de banco sem encosto, numa porcaria de sala sem ar-condicionado ou qualquer outro tipo de mecanismo que propiciasse algum tipo de circulação de ar e cercado por um número incontável de pessoas, das quais, muitas, não tomavam banho. Assim como eu, todos os demais infelizes aguardavam ansiosos que suas senhas fossem chamadas num painel eletrônico no fundo da sala.

Em dado momento, duas moças se sentaram do meu lado esquerdo. Pelo que pude captar dos diálogos iniciais, elas tinham dezoito anos, mas ainda freqüentavam a escola. Veja que elas também estavam ali para comprar passe de ônibus escolar. Pelo sotaque, fisionomia e pela terra roxa nas solas do pé, conclui que elas haviam vindo do Paraná há pouco tempo.

Digamos que seus nomes fossem Guria X e Guria Y. Guria X era mais faladeira, não calava boca, enquanto que Guria Y era mais quieta, mal falava. Normalmente só respondia aos impropérios de Guria X mexendo com a cabeça ou emitindo algum gruindo mono-silábico.

Após algumas conversas sobre o tramite na aquisição de passe escolar, Guria X abriu um jornal que trazia consigo. Na verdade não era um jornal inteiro, mas só um caderno qualquer de um jornaleco qualquer. Na capa de mencionado caderno, havia uma foto aérea de uma favela que ilustrava uma manchete sobre “mercenários no Rio de Janeiro” ou qualquer coisa do tipo.

“Mercenários no Rio de Janeiro”, Guria X lê em voz alta para Guria Y ouvir.

Como lhe é característico, Guria Y se resume a assentir com a cabeça.

“Mercenário?”, Guria X indaga Guria Y.

Guria Y faz que não sabe erguendo os ombros.

“Mercenário é de marcenaria, né. Que mexe com madeira.”, conclui Guria X em voz alta para Guria Y ouvir.

Guria Y faz que concorda mexendo a cabeça.

“É, mercenário-marcenária”, Guria X diz, orgulhosa de seu domínio do português culto.

“É”, respondeu Guria Y.

Em seguida, Guria X inicia um monologo sobre algo que não prestei atenção, pois eu estava ocupado fazendo uma anotação mental para tentar me recordar de cada detalhe da conversa que eu acabara de ouvir.

Mas antes mesmo que eu pudesse terminar, ouvi Guria X falando algo do tipo:

“(...) é, por que é mais fácil compreender um bicho, do que o homem. É...”.

“Ahn?”, perguntou Guria Y.

“É, por que se eu falar em grego, ninguém vai me entender. Só vão me entender se eu falar em brasileiro (...)”, afirmou Guria X, com ar de antropóloga sabichona.

“Ai, nada a ver”, sabiamente respondeu Guria Y.

Iniciou-se, então, uma acalorada discussão sobre esse tal de idioma brasileiro e suas diferenças com o idioma grego.

Mais uma vez, retomei minha linha de pensamento, repetindo em minha mente as sabias assertivas de Guria X.

Passados mais alguns minutos, resolvi retornar minha atenção as paranaense, pois a conversa havia evoluído. O brasileiro havia sido deixado de lado. Agora conversavam sobre a Grécia.

“Greco-Romano”, Guria X pensou em voz alta.

“O que que tem?”, perguntou Guria Y.

“Grego, romano, é tudo a mesma coisa”, concluiu a historiadora Guria X.

“Aié”, sabiamente discordou Guria Y.

“Claro. Até porque, a arte grega é romana”, seja lá o que isso quer dizer, esse foi o argumento utilizado por Guria X para tentar convencer Guria Y, que sua afirmação sobre gregos e romanos serem a mesma “coisa” era verdadeira.

Depois disso, só me lembro que minha senha foi chamada e eu me dirigi ao guichê indicado, deixando para trás a espertalhona Guria X e a austera Guria Y.

Quem sabe algum dia voltarei a vê-las. Quem sabe mês que vem, quando eu for comprar passe ou em alguma agência da Caixa no próximo dia 5. Quem sabe. Quem sabe...

PS: A única coisa que eu sei, é que pelos seus conhecimentos históricos, elas só podem morar no Bela Vista e terem sido pupilas do titular da cadeira de história da Escola Básica Arnaldo Agenor Zimmermann, Professor Monk.

Nova "Gaspare" I

Veja que, em razão do maior cataclisma climático de todos os tempos, minha residência ficou reduzida a escombros e lama. Desconsolado, procurei consolo nos braços de Srta. K.M., que, profundamente sensibilizada, disponibilizou um pequeno espaço na lavação de sua residência de campo, onde encontrei abrigo por alguns dias.

Disposto a dar “a voltar por cima”, parti em busca do “tão sonhado sonho Americano”. Todavia, sem sucesso. Depois de apenas três meses em solo sagrado, acabei sendo preso em “fragranti” delito por chefiar um esquema de exploração sexual de mulheres do terceiro mundo. Naquela oportunidade, fui sumariamente extraditado.

Vencidos os tramites legais, fui liberado pela PF tupiniquim. De volta a Europa Brasileira, fui novamente confrontado com a triste condição de “desabrigado”. Tentei guarida junto ao Poder Público, no entanto, logo descobri que o projeto de reconstrução da região não incluía a construção de casas. Mas sim uma vultosa obra de infra-estrutura, que não só faria a cidade retornar ao “status quo ante”, mas também melhoraria em 110% o transito da cidade, qual seja, o recapeamento do asfalto na frente do Sesi.

Meu sofrimento só foi apaziguado pela notícia do bom uso do dinheiro público.

Mas não me deixei abater. Lembrei-me que duas importantes rodovias cruzam Gaspar e do grande êxodo de paranaenses que nos assola e paulatinamente vem levando nosso estado a ruína social. Com base nisso, tramei um plano infalível. Caminhei até a BR mais próxima e aguardei. Passados apenas alguns minutos, embarquei em um ônibus que havia acabado de chegar do interior do Paraná. Com os pés ainda sujos de terra roxa, os paranaenses pareciam meio perdidos em seu primeiro contato com o mundo civilizado.

“Não temam, pois eu vos guiarei!”, bradei dentro do velho ônibus. Comovidos e aliviados, os paranaenses me aceitaram como seu líder.

Sabedor da ineficácia da legislação pátria, solicitei ao motorista que dirigisse até o bairro Bela Vista. Lá chegando, avistei uma encosta virgem no horizonte próximo.

Dei ordens para que meus asseclas, munidos de facões e foices, se dirigissem até a encosta supra mencionada e limpassem a área.

Uma vez findos os trabalhos de limpeza, me locomovi até o local e, com lágrimas nos olhos, dei-lhe o nome de Nova "Gaspare". Ato continuo, autorizei meus asseclas a iniciarem a construção da residência real e de seus respectivos novos lares.

Meu segundo ato como Presidente Supremo e Vitalício de Nova "Gaspare" foi a expedição de um decreto, no qual determinei a confecção de um gato para surrupiar luz e internet de banda larga de um loteamento de burgueses no pé do morro, o que foi prontamente atendido por meus súditos. Na mesma oportunidade, determinei a realização de uma vaquinha entre os habitantes de Nova "Gaspare", a fim de se adquirir o Laptop Real, para que o presidente pudesses desenvolver suas atividades de liderança.

Continua (?)

terça-feira, 17 de março de 2009

A origem do mal

Mal voltei e já fui confrontado com a inaptidão dos políticos luso-tupi-guaranis na gestão da coisa pública.

Dentre todas as obras de infra-estrutura necessárias na Europa Brasileira, em decorrência do cataclisma climático que nos afligiu a alguns meses, nego decide recapear a porcaria do asfalto na frente do Sesi. Por certo deve ser uma obra de vital importância na recuperação do município. Por certo, mais importante do que tapar aquele fosso sem fundo ali do outro lado da rua. Sim, aquele buraco que tragou uma praça e metade da rotatória e que até hoje resta escancarado do lado da porcaria de rua que a Administração resolveu recapear.

Mesmo que fosse o caso, que tal fazer essa bosta de obra de madrugada ou algo assim? E não na porcaria da hora do almoço, quando estou tentando voltar pra casa depois da aula? Sério, nos últimos dias, o latão tem ficado, pelo menos, meia hora parado ali naquelas cercanias. Triste.