quarta-feira, 18 de março de 2009

Nova "Gaspare" I

Veja que, em razão do maior cataclisma climático de todos os tempos, minha residência ficou reduzida a escombros e lama. Desconsolado, procurei consolo nos braços de Srta. K.M., que, profundamente sensibilizada, disponibilizou um pequeno espaço na lavação de sua residência de campo, onde encontrei abrigo por alguns dias.

Disposto a dar “a voltar por cima”, parti em busca do “tão sonhado sonho Americano”. Todavia, sem sucesso. Depois de apenas três meses em solo sagrado, acabei sendo preso em “fragranti” delito por chefiar um esquema de exploração sexual de mulheres do terceiro mundo. Naquela oportunidade, fui sumariamente extraditado.

Vencidos os tramites legais, fui liberado pela PF tupiniquim. De volta a Europa Brasileira, fui novamente confrontado com a triste condição de “desabrigado”. Tentei guarida junto ao Poder Público, no entanto, logo descobri que o projeto de reconstrução da região não incluía a construção de casas. Mas sim uma vultosa obra de infra-estrutura, que não só faria a cidade retornar ao “status quo ante”, mas também melhoraria em 110% o transito da cidade, qual seja, o recapeamento do asfalto na frente do Sesi.

Meu sofrimento só foi apaziguado pela notícia do bom uso do dinheiro público.

Mas não me deixei abater. Lembrei-me que duas importantes rodovias cruzam Gaspar e do grande êxodo de paranaenses que nos assola e paulatinamente vem levando nosso estado a ruína social. Com base nisso, tramei um plano infalível. Caminhei até a BR mais próxima e aguardei. Passados apenas alguns minutos, embarquei em um ônibus que havia acabado de chegar do interior do Paraná. Com os pés ainda sujos de terra roxa, os paranaenses pareciam meio perdidos em seu primeiro contato com o mundo civilizado.

“Não temam, pois eu vos guiarei!”, bradei dentro do velho ônibus. Comovidos e aliviados, os paranaenses me aceitaram como seu líder.

Sabedor da ineficácia da legislação pátria, solicitei ao motorista que dirigisse até o bairro Bela Vista. Lá chegando, avistei uma encosta virgem no horizonte próximo.

Dei ordens para que meus asseclas, munidos de facões e foices, se dirigissem até a encosta supra mencionada e limpassem a área.

Uma vez findos os trabalhos de limpeza, me locomovi até o local e, com lágrimas nos olhos, dei-lhe o nome de Nova "Gaspare". Ato continuo, autorizei meus asseclas a iniciarem a construção da residência real e de seus respectivos novos lares.

Meu segundo ato como Presidente Supremo e Vitalício de Nova "Gaspare" foi a expedição de um decreto, no qual determinei a confecção de um gato para surrupiar luz e internet de banda larga de um loteamento de burgueses no pé do morro, o que foi prontamente atendido por meus súditos. Na mesma oportunidade, determinei a realização de uma vaquinha entre os habitantes de Nova "Gaspare", a fim de se adquirir o Laptop Real, para que o presidente pudesses desenvolver suas atividades de liderança.

Continua (?)

Um comentário:

Anônimo disse...

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