sábado, 13 de novembro de 2010

Client Zero

Uma notícia alarmante chegou as minhas cabeludas orelhas, uma informação que irá abalar as fundações da comunidade jurídica brasileira, mas, antes, uma breve introdução.

Quem têm o péssimo hábito de acompanhar este blog, deve se lembrar de The Door, antiga personagem com quem tive o desprazer de conviver no curso de direito, um ser que era incapaz de assimilar os conceitos jurídicos mais simples, mas que, não obstante, conseguiu se formar, e agora ostenta em sua parede um diploma de baixaria em direito.

E como se isso não bastasse, não se sabe por que milagre divino, The Door conseguiu - mediante recurso - ser aprovada no Exame de Ordem, estando "apta" a exercer a "adevocacia".

Abre parênteses

Tudo isso comprova minha tese de que, ao contrário do que ocorre com médicos, engenheiros e outras atividades dignas, qualquer zé guedé, por mais estúpido e disléxico que ele possa ser, consegue se formar no curso de direito. Mesmo que um estudante de direito não queira se formar, não vá para a aula, tire nota zero em todas as provas, passados cinco anos após sua matrícula, ele, compulsoriamente, obterá um diploma de baixaria em direito.

Fecha parênteses

Pois bem, chegou ao meu conhecimento algo que me alarmou de sobremaneira: Em que pese sua absoluta inaptidão para exercer qualquer atividade que exija o uso do intelecto, The Door estaria efetivamente exercendo a advocacia, contribuindo ainda mais para o desprestígio da profissão.

Segundo relatos oculares, The Door teria sido vista circulando pelos corredores de uma certa Comarca catarinense, e, o pior, ela estaria se identificando como Doutora The Door perante os populares. Que audácia, nem para ser Dra. Fritz ela serve, tamanho o vácuo existente entre suas orelhas.

Eu só rogo a Deus que ninguém outorgue uma procuração para a Doutora The Door. Em não sendo possível, peço-Lhe que tenha misericórdia dos direitos e patrimônio daqueles que constituam Doutora The Door como sua "devogada"; Deus, na eventualidade de um incauto procurar a Doutora The Door, que ela sempre encontre um bom modelinho na internet, minimizando os prejuízos que seu desprevenido cliente, inevitavelmente, irá sofrer; Deus, conceda os benefícios da justiça gratuita para todos os cliente da Doutora The Door, de forma que eles, pelo menos, nunca sejam condenados ao pagamento dos honorários de sucumbência.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Manual de sobrevivência do vida loK cabuloza

Des. Louco Imóveis, além de presidente do Tribunal de Nuremberg, é conselheiro jurídico do movimento "100% vida loK cabuloza" em Florianópolis, ostentando o honroso título de "cachorro louco senior" por conta das barbeiragens que protagoniza em cima de sua cabrita (moto).

Ocorre que, ao descobrir que eu pretendia adquirir uma motoca, Louco Imóveis demonstrou preocupação para com a minha integridade física, eis que sou um rapaz inexperiente no universo vida loK, nunca tendo pilotado uma moto na vida. Além disso, sou um rapaz de compleição franzina e desmilinguida.

Diante dessa apreensão, Louco Imóveis se valeu de sua experiência de "cachorro louco" para elaborar um memento de sobrevivência para aspirantes a motoqueiros.

O documento original (ilustração supra) recebi das mãos do mestre motoqueiro na última visita que fiz à majestosa sede do Judiciário Green Belly. Entretanto, a caligrafia de Louco Imóveis só pode ser compreendida por pessoas que, como eu, são super dotadas de conhecimento jurídico-processual, razão pela qual tive que transcrever o manuscrito para que os incautos também possam se valer das lições vida-lokenses.

Vale, também, mencionar, que a redação do manuscrito original destoa um pouco da trascrição, pois, após revisá-la, Louco Imóveis sugeriu algumas melhorias.

Eis a transcrição:

- Para ligar a moto, conferir o botão corta corrente e a torneira de combustível
- Caso não ligar, verificar botão, contato de ignição, combustível, bateria (água)
- Inspecionar a cada 1.000 km o óleo e trocar a cada 3.000 km. Inspecionar e lubrificar a corrente a cada 500-1000 km
- Noção de controle da moto com os ombros, quadril, pés e joelho
- Nas curvas, regra geral, quando você aponta o queixo para a manopla interna da curva, a posição do seu corpo está correta
- Treinar frenagens de emergência e se acostumar a sempre usar os 2 freios. Nas curvas, preponderância do freio traseiro. O ideal, em situação de risco, é tirar a inclinação da moto, frear forte e dai podem ser usados os 2 freios.
- Andar no corredor: regra geral até 30 km/h a mais de velocidade dos veículos. Sempre estar preparado para uma cagada/fechada de um carro.
- Ruas de terra/areia ou óleo na pista mudam a forma de pilotar pela baixa aderência, CUIDADO (será objeto de uma aula futura)
- Oriente a sua garupa a só subir e descer quando você estiver preparado, não se agite no banco quando estiver em curvas/ultrapassagens/corredor e procure relaxar (ou seja, não se assustar e perder o corpo para o lado contrário da curva)
- Dicas de roupa de chuva (PVC x naylon). Roupa de chuva de PVC é mais resistente, porém mais pesada e menos prática. Nylon é mais leve e maleável, mais cara e reza a lenda que não aguenta tanto o temporal quanto uma de PVC. (o Mestre sempre teve de PVC).

Rel. Des. Min. Louco Imóveis
Ilha da Agônia, 29 de outubro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Professor Mirabolante: a missão

A recente parceria que eu e Monk fizemos com um incauto do curso de direito surtiu novos resultados, eis as últimas pérolas do Professor Mirabolante que ele anotou:

Aluno: - Professor, calma !!
Mirabolante: - Eu estou calmo... Depois vou tomar um chopinho...

Aluno: - Professor, posso processar o poder judiciário?
Mirabolante: - Claro eu mesmo já processei a OAB, juiz e judiciário.

Mirabolante: - Quando eu vejo um aluno dormindo na aula, é o ponto alto de um professor... Significa que o aluno encontrou a paz. Nada que um giz não resolva, lógico.

Mirabolante: - Bancário, todos os cargos são de 30h semanais.
Aluno: - Não, somente o caixa é 30h. Gerente é 40h.
Mirabolante: - Ah! É por isso que eu movo milhares de ações contra o banco.

Mirabolante: - Eu podia botar essa matéria no PowerPoint, mas eu prefiro jogar Playstation com os meus alunos.
Aluno: - O senhor tem wining eleven?
Mirabolante: - Eu tenho esse, mas agora to jogando F1 e “Batifilde” (sic).

Lady Chatterley's Lover

Essa é minha última semana em Isla Pequeña.

A única coisa que me chateia de sair de lá, é nunca mais ter contato com Putanheiro-Mor.

A convivência com o Mestre da Libertinagem ficará para trás, mas seus ensinamentos me acompanharão por toda a vida.

sábado, 6 de novembro de 2010

Eu não quero ficar careca

Eu, que no passado já ostentei uma gloriosa cabeleira de madeixas loiras - fruto de minha (suposta) ascendência nórdico-germânica - hoje, amargo uma careca de proporções continentais, condição que muito sofrimento me causa, aumentando o abismo que me separa da sociedade.

Por conta disso, as mulheres não me notam (ou fazem que não notam), enquanto que o vil populacho caçoa do meu couro cabeludo quase nú.

Destarte, a fim de driblar o alarmante progresso da minha vergonhosa careca, adquiri um poderoso elixir preparado pelo Dr. Fritz em pessoa.

Segundo me disseram, após ser aplicado gentilmente na área afetada com movimentos circulares ascendentes do dedo indicador esquerdo, tufos de cabelo surgem quase que instantaneamente.

No entanto, após algumas semanas de uso, o único lugar do meu corpo em que notei um aumento do crescimento de "cabelo", foi no meu rabo, mas acho que esse não é o caso.

De qualquer sorte, documentarei o progresso do tratamento para alegria dos leitores cabeludos que se divertem com o sofrimentos dos portadores de necessidade capilares especiais.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Como burlar exame Parcial de Urina

Já estou de posse daqueles novos exames que tive que fazer para ser admitido na Suprema Corte de Justiça. Para deleite de minhas leitoras, os resultados atestam, categoricamente, que meu pirulito está 100% livre de perebas, infecções, fungos, parasitas, enfim, livre de toda e qualquer moléstia que possa afetar o trato genital masculino.

Interessadas, favor enviar foto de corpo inteiro - em trajes de banho - e cópia do último holerite.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Aunt Irma visits

Tenho aproveitado meus supostos últimos dias em Isla Pequena para absover ao máximo o conhecimento libertino do mestre Putanheiro-Mor. Eis seu último ensinamento:

Era só mais um dia de trabalho e eu estava prostrado diante de um micro-computador, exercendo minhas rotinas burocráticas. A cada batucada no teclado amarelado, eu podia sentir minha vida lentamente se esvaindo.

Impassível a minha melancolia, Putanheiro-Mor conversava, ruidosamente, na mesa ao lado, com um dos seus companheiros de gandaia, o qual chamaremos de Carlos (Bazuka).

Carlos contava que, na última noite, havia feito um "esquema" com uma moça de família. Após uma troca libidinosa de beijos e carícias, afoito para dar vazão a sua lascívia, Carlos foi surpreendido pelo fato de a moça estar "naqueles dias", razão pela qual ela teria se negado a concluir o ato.

Carlos, então, após vívido relato de sua desventura, conclui pesaroso:

- Pô, dai a guria não quis dar pra mim porque tava menstruada.

Ao que Putanheiro-Mor replicou de pronto, sem titubear, demonstrando porque sua fama transcende os pequeninos limites geográficos de Isla Pequena:

- Tá, mas essa guria não tinha cu?

domingo, 31 de outubro de 2010

Precisa-se de assessores para desembargador

Por ocasião daquele meu relato sobre minha última ida à Ilha da Agonia, sixqueci de mencionar um fato extremamente importante.

Em que pese o terrível diagnóstico que recebi de Dr. Fritz, aproveitei que já estava na sede do Green Belly Supreme Court of Justice e dei um pulinho no gabinete do Desembargador Louco Imóveis, antigo colega com quem aprendi a arte das gambiarras.

Ao adentrar em seu gabinete, fiquei abismado com a suntuosidade. As paredes eram recobertas de veludo, todos os móveis eram de mogno, das janelas se descortinava uma deslumbrante vista do Oceano Atlântico, e sua equipe era formada por dez loiras de olhos azuis, pele alva, vindas de países normandicos.

Fui recebido com uma caipirinha das mãos de Paulinho Paulada, seu chefe de gabinete. As palavras de Dr. Fritz ainda me atormentavam, então tomei a bebida num gole. Em seguida, Paulinho me encaminhou aos aposentos de Louco Imóveis, onde ele estava repousando em uma cama king size, acompanhado de três de suas estagiárias nórdicas.

Aparentemente feliz em me ver, ele dispensou suas estagiárias e papeamos animadamente sobre a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Findo o assunto, tomamos um cafezinho, nós despedimos e eu iniciei meu triste regresso para aquele negócio que se convencionou chamar de cidade: Gaspar.

sábado, 30 de outubro de 2010

Marcelo Ribeiro

Nunca entendi o porquê de toda essa veneração ao Pelé, como se o cara fosse algum tipo de divindade, tal qual Negu Branco.

Na minha opinião, o único feito digno de nota desse sujeito foi ter comido a Xuxa quando ela ainda era gostosa.

Uma ode ao Senhor das Trevas

Começo este relato parafraseando o Senhor das Trevas, membro dissidente da finada Ordem dos Betoneiras: "ahhhhh, sô cagadu!", pois tal afirmação é a melhor descrição para a sucessão de fracassos que eu chamo de vida.

Por conta da minha nomeação para ocupar novo cargo público em Muschi Trocken, ontem tive que ir a Florianópolis levar uns exames médicos na Suprema Corte de Justiça.

Ocorre que, como eu sou cagado, ao analisar o resultado dos exames, Dr. Fritz verificou que, aparentemente, eu seria portador de 5 variedades diferentes de tuberco-sífilis, duas das quais eu devo ter contraído naquela vez que tive que dar uma cagada num banheiro público da rodoviária da capital; as outras três devem ter me infectado naquela vez que fui na Zona do Baldinho com Putanheiro-Mor.

Agora vou ter que morrer com mais uma grana pra fazer uns outros exames, fora que minha posse terá que aguardar os novos resultados, razão pela qual a citação do Lorde das Trevas é tão oportuna.

No mais, como sou um estudioso do submundo putanhístico, cumpre-me relatar aos meus inexistentes leitores a cena mais inusitada que pude vivenciar nessa minha ida a Capital.

Como pertenço aos estratos mais inferiores da pirâmide social gasparense, fui pra Ilha da Agonia de busão. Na ida, sentado na fileira de bancos ao lado, havia um sujeito engravatado, falando constantemente num celular totiscrin 6g 8gs. Finda a ligação, ele então abre seu notebook e pluga uma daquelas anteninhas de internet 3G. Até ai, nada de estranho. Já conectado a rede mundial, o sujeito abre o odioso Internet Explorer e passa a acessar sites de putaria, com fotos em tela cheia de mulheres peladas, bem ali no meio do busão, como se aquilo nada fosse. Que tipo de pessoa, ao fazer uma viagem intermunicipal de ônibus, pensa: "que tédio, vou dar um bizu numas fotos de mulher pelada"?

"ahhhhh, sô cagadu!"

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sextourismus in Brasilien

Escrevo essas pobres linhas diretamente daquele curso mandrake que tô fazendo.

Logo de cara, quando a palestrante tentou acessar o site do sistema, recebeu uma mensagem de erro do odioso Internet Explorer. Obviamente, havia algum problema com a conexão da internet, e não com o Internet Explorer em si. Isso, no entanto, não impediu um sabichão que estava na "plateia" de emitir o seguinte parecer: "abre e fecha o teu Internet Explorer que ele 'pega' uma conexão melhor".

"Puta que o pariu", pensei para comigo, sentando num canto escuro e isolado do auditório.

A palestrante, então, como se a opinião daquele sujeito fosse de qualquer valia, abriu e fechou o navegador, sem obter, é claro, nenhum sucesso.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

großen brasilianischen Arsch

Já que todo mundo de Isla Pequeña se negou a ir, essa semana me mandaram num curso mandrake de dois dias em Itajaí, cujo objetivo é ensinar a negada das prefeituras da região a mexer num sistema do Governo Federal. Todo mundo tinha que levar um trashbook, pois a parada roda numa plataforma web 2.0 free software, desenvolvida por pessoas sem vida sexual.

Chegando no auditório onde ia rolar o bagulho, liguei meu notebook e logo logrei exito em estabelecer uma conexão com a internet. Apesar dos diversos divertimentos disponíveis na rede mundial, enquanto a palestrante não chegava, me mantive entretido vendo os losers tentando configurar seus notebooks da CCE comprados no Big. No entanto, minha felicidade durou pouco. É que todos os losers olharam para mim e decidiram que eu deveria configurar a conexão da galera. "Porque eu?", perguntei. "É que tu tem cara de... inteligente (leia-se: 'nerd')", a negada respondeu em uníssono.

Muito a contragosto, peguei o notebook dum cristão, dei umas batucadas no teclado, franzi o cenho,- a fim de impressionar a patuléia - e sentenciei: "tem que chamar o rapazinho da informática, pois é necessário atualizar o firmware das fontes dos notebooks, e só ele pode fazer isso".

Todos me olharam impressionados, como se eu fosse o deus da informática. Em seguida, o podre rapazinho da informática chegou e ficou se matando pra fazer a internet funcionar em cada um dos notebooks.

Vale lembrar que a galera só queria internet pra acessar o Orkut e o MSN, mas que outra coisa poderia se esperar dessa raça miserável de parasitas?

Iniciado o curso, foi a vez da palestrante suar a camisa pra fazer aquela cambada de funcionários públicos de meia-idade conseguirem usar o retrocitado sistema, protagonizando um espetáculo lamentável por conta da burrice da galera. Aparentemente, funcionários públicos de meia-idade são todos disléxicos, pois são incapazes de memorizar os comandos mais simples, não importando quanta vezes o palestrante os repita.

Caso uma granada tivesse sido jogada naquele auditório, naquele dia, só se perderia a granada.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Verfassungsbeschwerde gegen ein Unterlassen des Gesetzgebers

Não que alguém se importe, mas nas próximas semanas, ao que tudo indica, serei empossado num sonhado cargo junto ao judiciário. Serei mais um mamando lascivamente nas suculentas tetas do erário estadual. Não sem antes, é claro, infectar os servidores do executivo de Isla Pequena com um poderoso vírus que irá fazer aquela "cidade" regressar ao período paleolítico - não que a mente dos seus habitantes já tenha saído da idade das pedras.

Meu suposto novo cargo público está lotado no Fórum de Muschi Trocken, uma pequenina cidadezinha colonizada por alemães, onde as mulheres são loiras, de olhos claros, esbeltas e, acima de tudo, frígidas.

Além de poder trabalhar numa cidade aparentemente maneira, o legal é que agora vou ganhar um salário digno e poderei trabalhar na minha área de formação. Ademais, com meu novo soldo, cujo teto é a remuneração dos ministros do STF (R$ 30.000,00 + benesses), poderei realizar meus dois maiores sonhos: comprar um Nike Shox e um carro tunado pra pegâ mulhê.

Meu carro tunado deverá possuir, de preferência, um aparelho de som que possa ser ouvido num raio de, pelo menos, 2 Km, do contrário, não impressionarei as fêmeas, nem serei digno de respeito perante meus amigos descerebrados, também possuidores de carros tunados com aerofólios e rodas maneiras.

Ah, e também poderei bancar um tratamento contra calvice eficaz, assim meus cabelos crescerão de novo e eu também poderei ostentar um daqueles hediondos penteados, milimetricamente bagunçados, que estão na moda entre a mulecada descolada.

Em breve, maiores detalhes...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Lava à jato

Dia desses, voltando de ônibus para casa após um miserável dia de trabalho em Isla Pequena, um cidadão daquela cidade, que também estava no busão e estava levando um lava-jato para Blumenau, teve a sabedoria e razoabilidade de colocar o maldito lava-jato bem no meio da porra do corredor:



Como diria Trevas, membro dissidente da finada Ordem dos Betoneira: "ahhhhhhh, sô cagadu!" (sic)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cachorra Pinscher

Diretamente de Isla Pequena:



Quem decifrar o conteúdo desse anúncio ganha uma passagem, só de ida, para Isla Pequena, onde poderá desfrutar de todas as inumeráveis atrações daquela cidade.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O causo do hotel em Caxias (anexo I)

A fim de melhor ilustrar o relato da incursão que eu e Tonho fizemos em território gaudério, e, da mesma forma, dissipar qualquer dúvida acerca da veracidade daquela estória, eis algumas imagens da nossa acomodação em Caxias do Sul que tirei com meu celular totiscrin 6g 7gs:


Essa foi a "cama" em que eu dormi.


Tonho ficou com a cama de casal. Repare no espelho estrategicamente posicionado e na "porta" do "banheiro".


As amenidades do quarto n. 3 incluiam uma televisão, um ventilador e, pasmem, um rolo de papel higiênico, cuja aspereza só encontra precedente no papel higiênico encontrado nos banheiros da rede estadual de ensino.


Se liga nas manchas de cigarro na mesinha; sinistro.


Se liga na gambiarra pra ligar a televisão na tomada, cuja engenhosidade só pode ser comparada as gambiarras perpetradas por Louco Imóveis, membro fundador e engenheiro ad hoc da finada Ordem dos Betoneiras. Repare, igualmente, que parte da porta esta envergada para dentro, por meio da qual se pode entrever o interior do quarto mesmo quando fechada.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Secreção mucopurulenta

Dias desses, Putanheiro-Mor chegou para trabalhar abatido e cabisbaixo, não por causa de suas habituais e imoderadas bebedeira, o mal que lhe acometia, dessa vez, era um violento resfriado.

Sob a impiedosa ação do vírus da gripe em seu trato respiratório superior, ele fungava a todo instante.

- Que cara é essa, tais gripado pra caramba né? - perguntei a ele, indo contra meu instinto natural de evitar contato com outros seres humanos.
- Não, acho que comi uma buceta estragada mesmo - ele respondeu, dando uma ruidosa gargalhada logo em seguida.

Anotação mental: Não subestimar mais a minha inaptidão no âmbito das relações interpessoais, evitado fazer qualquer tipo de contato com outras pessoas no futuro.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O causo do hotel em Caxias (epílogo)

Certo leito me indagou, nos comentários, se aquele causo aqui relatado, envolvendo um sórdido hotel na região central de Caxias do Sul,  teria como desfecho Tonho e eu indo ao puteiro lá mencionado e que ficava ao lado da nossa acomodação.

Referido cidadão afirmou, ainda, que eventual não ida àquele estabelecimento onde se pratica a prostituição, não seria bem vista pela comunidade heterossexual de Gaspar.

Em que pese a vã tentativa do leitor inominado de colocar em xeque minha virilidade - pela qual sou conhecido como Impavido Colosso por toda porção meridional do território brasileiro -, esclareço que não, Tonho e eu acabamos não indo ao referido puteiro.

Explico: Tonho, rapaz beático e virginal, devoto de Santo Expedito, evita a todo custo as tentações mundanas, pois está se resguardando para o matromônio; eu, por minha vez, faço um tratamento contra calvice que me deixou brocha, impossibilitando-me, assim, de consumar o ato sexual.

Assim, tenho para mim que as razões acima expostas derrubam por terra qualquer prenúncio de dúvida que poderia recair sobre nossa predileção pelo sexo oposto no campo das relações intracorporis.

O causo do hotel em Caxias (tomo III)

... Continuação

Não deu dois minutos, ouvimos passos no quarto de cima. Ouvia-se, distintamente, o barulho produzido pelo andar de alguém usando salto alto, presumivelmente uma mulher.

Logo depois, fez-se um estrondo, como se alguém tivesse se jogado na cama ou tivesse jogado os saltos no chão ou as duas coisas. Ato continuo, pareceu nos que a cama do andar de cima começava a ranger, cada vez mais alto e em intervalos menores, como se alguém estivesse fazendo algum tipo de movimento de vai-vem sobre ela em velocidade progressiva.

Especulamos que alguém poderia estar limpando a cama, ou talvez que alguma criança estive pulando nela, mas antes que pudéssemos concluir qualquer coisa, o ranger enferrujado da cama atingiu seu ápice, sendo então subitamente interrompido, tal qual o silêncio cadavérico que se segue ao climax.

Era a última peça do quebra-cabeça que faltava.

Ao lado de uma zona, gigantesco espelho na parede, preços módicos, só podia ser algum tipo de matadouro destinado aos putanheiros caxienses, desejosos de dar uma rapidinha na hora do almoço ou antes de voltar pra casa. Talvez esse não era o único fim daquele "hotel", mas por certo ele se prestava a esse tipo de coisa.

- Que merda - Tonho sentenciou.

- Acho melhor a gente ir dar uma volta e só voltar a noite, pra dormir - sugeri.

Tonho assentiu com um movimento pesaroso de sua cabeça. Embarcamos no carro e vagamos a esmo por um tempo.

Às margens da Avenida Júlio de Castilhos, avistamos uma confeitaria denominada "Q-Delícia". Resolvemos parar ali e bater um rango. Ato contínuo, nos dirigimos até o Shopping Iguatemi Caxias, onde matamos mais um tempo. É de se mencionar que, nesse shopping, o estacionamento era gratuito, ao contrário do que se vê aqui na nossa região.

Era cedo ainda, nem 19hrs, mas estávamos acordados há mais de 12 horas, 6 delas na estrada. Longas viagens, às vezes, são mais cansativas que qualquer atividade física. Com os olhos semicerrados, decidimos voltar para o hotel e dormir.

De volta ao quarto de n. 3, além de alguns passos ocasionais no corredor e de algumas gargalhadas distantes, nada mais se ouvia. Fatigado, cai na cama. Porém, antes que eu adentrasse ao maravilhoso mundo dos sonhos, mais uma vez ouvimos passos no andar de cima, mais uma vez os passos foram seguidos por um estrondo, mais uma vez ouvimos a cama ser castigada pelos movimentos pélvicos de alguém. E essa sequência de sons imorais se repetiu incessantemente, durante toda a noite, tanto é que na manhã seguinte, ali pelas 7 horas da manhã, acordei com o chiar libidinoso daquela sofrida cama. Imagine, 7 horas da manhã e alguém já estava mandado ver. Só não conseguimos descobrir se se tratava do mesmo casal a noite inteira ou se havia algum tipo de rotatividade.

Penso eu que eram casais diferentes, pois, as vezes, podia-se ouvir a fêmea gemendo ruidosamente, outras vezes não. Tonho, por sua vez, acredita se tratar do mesmo casal a noite inteira..

Enfim, em razão de meu convívio com Putanheiro-Mor e Roxinho, eu já estou habituado ao submundo da libertinagem e não me deixei perturbar pelo "movimento" no quarto de cima, e logo adormeci, acordando só alguma vezes, quando o ranger daquela sobrecarregada cama se tornava mais intenso, apagando logo em seguida.

Tonho, de outra banda, rapaz provinciano e devoto de Santo Expedito, deixou-se transtornar pelos sons que ouviu aquela noite, praticamente não tendo pregado os olhos.

Como dito, acordei às 7 horas da manhã com a cama do andar de cima já sendo maltratada. Tonho, vendo que eu acordará, disse furioso: "porra, olha os dois de novo, até parecem coelhos", relatando-me, em seguida, tudo que tinha ouvido após o cair da noite.

Disse ele que, enquanto "a galera" mandava ver no quarto de cima, em outro quarto longínquo pôde se ouvir o som de um serrote por várias horas, fato que impressionou Tonho de sobremaneira. Além disso, segundo Tonho, a movimentação nos corredores foi intensa a noite toda, com pessoas indo e vindo o tempo todo, às vezes em silêncio e às vezes rindo e falando alto.

Ainda muito perturbado por aquela experiência, Tonho se apressou em arrumar suas coisas e logo quis que fizéssemos o check-out. Ainda meio marejado do sono, só acordei de verdade quando pude ver o colchão que se escondia sob o lençol. "Puta que o pariu", pensei - durante a noite o lençol se desprendeu da cama e revelou um colchão, outrora branco, que havia adquirido uma tonalidade ocre, e que estava repleto de manchas, cuja origem preferi ignorar. Preocupado de que teria contraído alguma doença sexualmente transmissível ao ter entrado em contato com aquele colchão pútrido, tomei um vigoroso banho. Embaixo do chuveiro, chorei silenciosamente, sentido-me imundo por ter repousado meu alvo e imaculado corpo naquela colônia de excrescências.

Pegamos nossas coisas e nos dirigimos até a recepção. Pagamos os 48 mangos da diária e fizemos o check-out.

Aliviados, pegamos o carro, paramos num posto pra comer alguma coisa e depois nos dirigimos ao local de prova.

Eu, que sou um rapaz superdotado, tanto intelectual quanto falicamente, terminei a prova de 80 questões em menos de 2 horas.

Depois, finalmente, pudemos retornar ao glorioso estado de Santa Catarina, onde as noites são silenciosas e os colchões, límpidos...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O causo do hotel em Caxias (tomo II)

...Continuação

A mocinha, então, disse que deveríamos dobrar a quadra e que a entrada do hotel seria ao lado de uma lanchonete.

Seguimos as orientações. A quadra era gigantesca, repleta de prédios e estabelecimentos comerciais. Parecia que a rua tinha sido tomada por uma horda bárbara, tamanho o movimento de pessoas na região central de Caxias. Dobramos a quadra e nos deparamos com um gigantesco ponto de ônibus, capaz de proteger os miseráveis usuários do transporte coletivo das mais violentas intempéries - outra coisa que inexiste em Blumenau: pontos de ônibus que ofereçam o mínimo de proteção contra o mau tempo - avistamos um boteco, ladeado por uma entrada inominada.

A entrada dava para uma escada, não possuindo qualquer tipo de placa ou identificação. Considerando-se a singeleza do hotel em que havíamos feito reserva, pensamos que ali poderia ser sua entrada. Tonho, eis que rapaz destemido, conduziu a escalada, chegando ao topo antes que eu, apenas para se deparar com uma porta aberta, que dava para um bar penumbroso, uma luz vermelha, música alta e algumas mulheres em trajes sumários. Antes que eu chegasse ao topo da escada, vi Tonho descendo.

- Isso ai é uma zona - ele me disse - nosso hotel deve ser mais pra frente na rua.

Descemos e avistamos, imediatamente ao lado da entrada da suposta zona, uma portinhola com indicação do nosso "hotel". Lembro-me de, naquela oportunidade, ter achado graça daquilo.

Chegando à recepção do hotel, demos de cara com uma porção de sujeitos mal-encarados. Receosos, nos dirigimos ao balcão, onde fomos atendidos por um rapaz que não devia dormir há umas duas semana, tamanha a extensão de suas olheiras.

Fizemos o check-in. O recepcionista nos deu uma chave e se limitou a dizer:

- Quarto n. 3, primeiro andar.

Não havia elevador, então subimos as escadas. Durante o caminho, demos de cara com mais sujeitos mal-encarados seguindo na direção oposta. Chegando ao primeiro andar, dobramos à direita e seguimos por um longo corredor escuro. Após várias portas, quase no fim do corredor, chegamos ao quarto de n. 3.

Antes mesmo de abrir a porta, notamos que a parte superior do lado direito estava meio que envergada para fora, como se alguém já tivesse a forçado de alguma maneira. Com o mínimo de força, podia-se expandir o vão da parte envergada e entrever o interior do quarto.

Sem saber direito o que pensar daquilo, abrimos a porta. A visão que se descortinou era perturbadora: Os únicos móveis eram uma cama de casal, uma cama de solteiro espremida num canto, um pequeno armário e duas mesinhas repletas de manchas de cigarro. Uma porta de plástico sanfonada era a única coisa que nos separava do banheiro; uma gambiarra no único interruptor tornava bem arriscado o ato de acender e desligar a luz. Atrás da cama de casal havia um gigantesco espelho.

Além disso, não havia janela, o teto e o chão eram de madeira, inexistia qualquer tipo de isolamento acústico e, quando alguém passava pelo corredor ou caminhava no quarto de cima, seus passos eram perfeitamente audíveis, como se estivessem andando dentro de nossas cabeças.

Apesar dos pesares, agora já não havia nada que podia ser feito, o negócio era se assentar ali mesmo e esperar pelo raiar do dia.

Contínua...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O causo do hotel em Caxias (tomo I)

Antes de se abordar os aterrorizantes acontecimentos presenciados por mim e Tonho no quarto de n. 3 de um certo hotel no centro de Caxias do Sul, faz-se necessário algumas notas introdutórias:

Tudo começou em meados de julho, quando meu colega Tonho, companheiro de concursos, noticiou euforicamente: "meu, abriu concurso para Oficial Escrevente do TJRS! Tais afim de encarar uma viagem até o longínquo Rio Grande?"

De início, não fiquei muito empolgado. Eu já prestei uma porção de concursos, mas sempre aqui na nossa região; no máximo, fui até Florianópolis e Joinville. Eu até gosto de viajar de carro, mas 6 horas de viagem é deverás sugado. No entanto, confrontado com o fato de que mais de 500 vagas seriam providas por meio do concurso em comento, pareceu-me que a interminável viagem poderia valer a pena. Ademais, Tonho se valeu do argumento de que todas as mulheres gauchas eram parecidíssimas com a Gisele Bündchen e de que haveria uma escassez de homens heterossexuais naquele estado, fatos esses que, segundo ele, teriam sido auferidos por diversos "especialistas" da revista Veja, o que acabou me convencendo de vez.

De qualquer sorte, mesmo que a fama das mulheres gauchas não se confirmasse, ao menos essa seria minha chance de, finalmente, me mudar para um lugar a mais de 400km daquela cidade onde o valor de um homem é medido pelo seu sobrenome e onde só se é notado por meio da ostentação desmedida - Gayspar.

Paga a taxa de inscrição, eu e Tonho iniciamos o planejamento logístico de nossa empreitada. A prova se realizaria às 9 horas dum domingo, então acordamos que sairíamos no sábado de manhã. Desta forma, chegaríamos no sábado a tarde, nos hospedaríamos em um hotel barato ou albergue, dormiríamos, faríamos a prova e regressaríamos, incontinenti, ao glorioso estado de Santa Catarina. Esse era o plano.

Tendo sido encarregado dessa missão, nos dias que antecederam nossa partida, Tonho achou uns hoteizinhos bem baratos na região central de Caxias, a maioria nas proximidades do nosso local de prova, o Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza. Optamos pelo mais barato, 24 pratas per capita, por um quarto com duas camas e banheiro, até por quê, só queríamos um lugar sem frescura e tranquilo para dormir. Ademais, apesar da inconsistência entre o preço (barato) e a localização (Centro), pelo site do hotel, nos pareceu um estabelecimento simples e recatado, porém limpo e confortável.

Chegado o fatídico dia, 25 de setembro de 2010, às 9 horas em ponto, caímos na estrada. 6 extenuantes horas depois, com a lombar extremamente dolorida, saímos da BR-116 e adentramos a Avenida Júlio de Castilhos, principal via de Caxias do Sul. Devo mencionar aqui a invejável infra-estrutura viária de Caxias do Sul, principalmente quando comparada a total ausência de qualquer tipo de estrutura e planejamento viário de Blumenau e Gaspar.

Enfim, ainda na Júlio de Castilhos, que corta toda a cidade, na altura da Praça Dante Alighieri - veja que, em Caxias, batizou-se a principal praça da cidade com o nome de um clássico escritor italiano, coisa inimaginável em Santa Catarina, estado onde o hábito da leitura é visto com desprezo e escárnio pela patuléia, que a considera um passatempo de nerds e derrotados (desculpem o pleonasmo) - convergimos à direita e, eventualmente, acabamos chegado ao estacionamento conveniado ao nosso hotel.

Era um prédio só de estacionamento gigantesco - outra coisa inexistente em Blumenau: prédios de estacionamento no Centro -, a mocinha responsável nos mandou estacionar no 5º andar. Assim procedemos. Regressamos ao térreo, eu e Tonho, e perguntamos a mocinha como chegar ao nosso hotel.

Não puder deixar de reparar na cara que a guria fez quando pronunciei o nome do hotel - como se o estabelecimento que estávamos procurando não fosse o mais apropriado para dois rapazes do interior de Santa Catarina -, mas na hora não entendi o porquê.

Continua...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Rua Pinheiro Machado, 1939

Após 7 excruciantes horas de viagem, regressei ao glorioso Estado de Santa Catarina com minha pregas incólumes.

Algumas considerações sobre o Rio Grande do Sul:

- Confirmei minha teoria de que todos os gaúchos são caras bonachões de barba/bigode e boina.

- A infinita maioria das mulheres gauchas não se parecem nem um pouco com a Gisele Bündchen.

- Os fracos não têm vez no trânsito de Caxias do Sul.

- Eu e meu colega Tonho passamos por momentos difíceis ao nos hospedarmos num "hotel" localizado ao lado de uma zona (stricto sensu), causo que será objeto de um relato mais detalhado e extremamente perturbador nos próximos dias.

Em suma, pode-se afirmar que, apesar da direção ofensiva de seus motoristas, das figuras bizarras e mal-encaradas que circulam por sua região central e da noite mal dormida que irei relatar num futuro próximo, Caxias até que é uma cidade maneira.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Boca de ouro (tomo II)

...Continuação

"Fazer uma lavagem com chuveirinho antes"

Rapaz pudico e virginal que sou, não consegui compreender o sentido daquelas palavras. No que consistiria a lavagem com chuveirinho, eu me perguntava. Afinal de contas, o que deveria ser lavado com o chuveirinho? Daquele momento em diante, essa dúvida monopolizou todos os meus pensamentos.

Passei noites em claro, não conseguia me concentrar no trabalhar, deixei de comer... A ignorância me corroia por dentro; deus, o que significa tudo isso?!

Mais tarde naquela semana, tive a oportunidade de me reunir com os membros remanescentes da, outrora gloriosa, Ordem dos Betoneiras, lá no Bakana's Point (sic).

Se fizeram presentes Monk, Roxinho, Negu Branco (entidade ectoplasmática que habita o Pocinho e o Poço Grande) e, obviamente, eu.

Os poucos leitores deste blog sabem que Roxinho é um proeminente latifundiário e aristocrata gasparense, cujas terras se estendem até, pasmem, o Oceano Pacífico. O que os inexistentes leitores não sabem, é que Roxinho é um hedonista, um libertino, com anos de experiência no mundo da devassidão, adepto das práticas mais depravadas, obcecado com a satisfação de sua lascívia, enfim, um rapaz a altura de Putanheiro-Mor e, talvez, o único capaz de decifrar as enigmáticas palavras que vinham tirando o meu sossego.

- Prezado colega, há alguns dias ouvi algo que soou como grego para mim e, desde então, consumido pela curiosidade, não tenho tido sossego. Assim, com o devido acato e respeito, pergunto-lhe: no que consiste a "lavagem com chuveirinho" no âmbito das relações sexuais não convencionais? - perguntei a Roxinho, tentando demonstrar alguma indiferença.

Roxinho não se deixou abalar, abriu um leve sorriso - como o ancião que se admira com os questionamentos feitos pelos mais jovens - e respondeu de pronto e sem pudor:

- A lavagem com chuveirinho é quando tu enfia, literalmente, o chuveirinho no ânus da guria pra ela não se cagar toda na hora do sexo anal.

- Ah, ok... Meu, tu viu o voto do Ministro Toffoli quanto a aplicação da Lei da Ficha Limpa nessas eleições? Maior sacanagem...

E então, vencida aquela questão libidinosa, demos início a uma análise pormenorizada quanto a atual jurisprudência da Suprema Corte de Justiça brasileira.

Fanny Hill

Devidamente pilchado, amanhã irei para o Rio Grande do Sul, mais especificamente para a cidade serrana de Caxias do Sul. O objetivo da 'viagi' é divulgar meu novo filme "Diabas Gasparenses" e estender minha fama de "gigante pela própria natureza" para outras unidades da federação.

Aproveitando o ensejo, no domingo irei prestar um concurso para Oficial Escrevente do Tribunal de Justiça Gaudério.

Se tudo ocorrer como o esperado, voltarei daquele Estado investido em novo cargo público e com minhas pregas intactas...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O Tesouro de Capitão Flores

Às 18h de ontem, em novo concílio realizado pelos membros remanescentes da Ordem dos Betoneiras, sob a lúgubre luz emanada por Negu Branco (entidade fantasmagorica que habita o Pocinho), aprovamos, finalmente, nossa lista de candidatos para as eleições 2010.

Desta vez, a reunião se desenrolou numa pequena saleta de 1x1m², conhecida como Termópilas, localizada no mais humido e escuro canto do porão da Comarca de Witmarsum, a qual Monk costuma se referir como "meu gabinete".

Eis em quem votaremos:

Dep. Estadual - Miliane (16116 - PSTU)

Dep. Federal - Alemão Gert (5005 - PSOL)

Senador - Joaninha (160 - PSTU)

Senador - Alex (161 - PSTU)

Governador - Carmelito Smieguel (33 - PMN)

Presidente - Plínio (50 - PSOL)

Creio que nossa escolha mereça algumas considerações.

Quanto à Joaninha, Alex e Miliane, estes foram escolhidos pois são todos "lutadores socialistas", segundo a propaganda eleitoral gratuita, razão pela qual são merecedores de voto.

Quanto a Alemão Gert, sim, eu sei que, inicialmente, iriamos votar no Latinha. Ocorre que Latinha faz parte daquela coligação direitista composta pelo Demo e outros partidos do capeta, sendo que, já que se trata de eleição proporcional, caso Latinha não se sagre eleito, nossos votos acabarão indo, indiretamente, para caras como Marcelo Chorume, Paulo Bornhausen e outros indivíduos "não merecedores de voto"¹. Assim, em sendo um representante dos decendentes nórdico-germânicos e não pertencendo a nenhuma coligação DEMOniaca, Alemão Gert é o nosso candidato.

Quanto a Carminito Smieguel, por seu auxílio à Frodo na missão de destruir O Anel na Montanha da Perdição, acreditamos que mereça um voto de confiança.

E, finalmente, quanto a Plínio, do que adianta votar sempre nos mesmo representates das oligarquias dominantes? Ademais, Plínio tem uma brilhante carreira política, ele começou como um simples senador que representava apenas o sistema Naboo, seu sistema natal. Plínio foi progredindo, progredindo até se tornar Supremo Chanceler da República, dando apenas um passo para se tornar Imperador. Plínio também foi o responsável por entregar as plantas da Estrela da Morte para os rebeldes, a fim de atraí-los para uma mortal armadilha.

Ante ao exposto, concito-vos a votarem nos candidatos acima elencados. Caso contrário, Negu Branco irá visitá-lo a noite e você acordará no dia seguinte com uma forte queimação na região rectal¹.


1 - Eufemismo é a substituição de uma expressão por outra retirando-lhe todo o conteúdo emocional e esvaziá-la do seu sentido: "interrupção voluntária da gravidez" em vez de aborto induzido, "limpeza étnica" por matança racista...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Boca de ouro (tomo I)

O caso que passo a expor diz respeito a última peripécia sodomita de Putanheiro-Mor e seus amigos, relato este que contêm descrições indecorosas de práticas sexuais não ortodoxas, razão pela qual se aconselha aos leitores mais pudicos que interrompam a leitura agora.

Dias desses, aproveitando que nosso chefe tinha dado o balão, eu tava de bobeira na internet e Putanheio-Mor estava papeando e bebendo café despreocupadamente com dois amigos, ali na nossa repartição. Um deles, não pude deixar de reparar, tinha uma pereba purulenta na face esquerda do nariz. Apesar da curiosidade, deixei de externá-la, pois qualquer contato com aqueles sujeitos daria ensejo a um longo, detalhado e indesejado relato de suas últimas atividades sexuais.

Em dado momento, minha indiferença foi perturbada por uma explosão de gargalhadas vinda do grupinho dos putanheiros. Olhei para o lado e vi Putanheiro-Mor botando a língua para fora da boca e com ela fazendo movimentos circulares. Pelo que pude compreender, Putanheiro-Mor e seus amigos se referem ao ato de praticar sexo oral em uma mulher como "molhar o bigode" e "repartir a cabeleira" - esse era o motivo da graça.

Tentei me concentrar na tela do computador, mas logo ouvi Putanheiro sacaneando o cara do nariz perebento. Resolvi prestar atenção.

Meio constrangido, o cara disse que havia contraído aquilo ao fazer um "69" com uma moça de família. Segundo o rapaz, enquanto ele "molhava o bigode", sua nareba acabou entrando em contato com a mucosa anal da guria, acarretando a pereba retromencionada.

Do alto de seu conhecimento putanhistico, Putanheiro advertiu o colega:

- É, sempre que tu for fazer um "69", tens que fazer uma lavagem com o chuveirinho antes.

Continua....

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Professor Mirabolante Revolutions

Há quem diga que o maior nome do direito contemporâneo é Miguel Reale, há ainda quem diga que é Clóvis Beviláqua. Oras, para se sustentar um disparate deste se faz necessário ser um tolo ou, pelo menos, um leviano, pois qualquer pessoa minimamente sensata e inteligente sabe que o maior mestre do direito moderno, sem sombra de dúvidas, é o Professor Mirabolante.

Tal conclusão decorre da simples leituras de suas pérolas aqui imortalizadas, meu legado para as gerações vindouras.

Tamanho o tirocinio jurídico nelas esboçado que, mesmo após um longo período sem novidades, o termo "pérolas do professor mirabolante" figura entre os 5 mais procurados no Google e no Yahoo.¹

Eu, inclusive, já vinha sofrendo de forte "depreensão" cumulada com síndrome do pânico, em razão do longo período sem novas pérolas, sentimento este que é compartilhado por todos aqueles que compreendem a real grandeza da sapiência jurídica do Mestre Mirabuloso.

Assim sendo, para que possamos dar continuidade a este grande feito que é registrar a obra do Mestre, Monk (servidor público estadual e frequentador da pracinha) se incumbiu de aliciar um jovem mancebo, escolhido, preferencialmente, entre alunos do Professor Mirabolante, que se dispusesse a anotar, in loco, novas pérolas.

Findo o processo de seleção, posso afirmar, com um sorriso no rosto, que logramos exito nessa empreitada. O nome do rapazote, entretanto, permanecerá em sígilo, a fim de preservar-lhe a identidade e não estragar seu disfarce. Lembrando que a afirmação anterior não eximirá o garoto de integrar o polo passivo de eventual ação milionária movida pelo Professor Mirabolante contra a minha pessoa, o que não se espera.

Enfim, eis as primeiras pérolas anotadas pelo nosso correspondente mirim:

- Eu usei em uma ação os incisos XXX e XXXI da Constituição e consegui R$ 250.000

- Artigo passado em sala a gente decora, aprende e apreende

- O relógio trabalhista tem 24 hrs

- Valendo um terço e meio de um ponto na média

- Alguns exemplos de trabalhos domésticos: empregadas, jardineiros, babá... (pausa) acompanhantes

- *A porta faz um barulho* - Essa porta parece a porta do inferno, vou falar com o reitor para arrumar amanhã (afirmação feita há um mês atrás)

- 4 flechas flamígeras no artigo

- Nesses meus 30 anos de profissão nunca perdi uma ação, quem perdeu foram meus clientes.

- Depois de uma ação contra a igreja, recebi algumas ameaças, e comecei a fazer uma coisa que eu não faço a tempo: "andar armado".

- Fui para uma audiência onde meu cliente empurrou uma pessoa de 80 anos, sorte minha que o agredido foi meu aluno em 1992.

- *Um aluno pergunta: - Ai, professor, apostasse na mega-sena*? - Pfff, 70 milhões eu tiro em algumas ações.

1 - Fonte: Revista Veja

Meu destino é pecar

Atenção: esse relato diz respeito a Putanheiro-Mor e suas estórias, podendo conter termos lascivos ou descrições minuciosas de práticas sexuais não-ortodoxas, que alguns leitores podem considerar ofensivas.

Dia desses, sem que eu pedisse ou demonstrasse qualquer interesse, Putanheiro-Mor iniciou seu expediente me admoestando com um update semanal de sua vida sexual; tudo nos mínimos e indesejados detalhes, é claro. Como se eu desse a mínima. Aposto que ele é tipo de cara que, enquanto come faz amor com uma mulher, fica pensando: "meu, mal posso esperar pra contar pra galera" e/ou "meu, vou fazer isso e aquilo só pra galera ficar de cara". Comer alguém é um mero feito para se vangloriar com "a galera", o climax não é atingindo até que seja possível compartilhá-lo com alguém.

Mas enfim, em dado momento, fui obrigado a interromper o lívido relato:

- Sério, tu deve gastar uma grana com isso [putaria] todo mês.
- Ah, dá mil reais tranquilamente - ele respondeu indiferente, como quem diria que gasta dinheiro demais com guloseimas.
- Caralho, milão por mês com putaria?

Impassível a minha perplexidade, ele sentenciou:

- Fazer o que se eu gosto duma buceta...

sábado, 11 de setembro de 2010

Eleições em Santa Catarina

Dando continuidade a única cobertura virtual das eleições barriga-verdenses que não se senta à mesa de Jezabel, chamo a atenção do leitor para os seguintes candidatos:

Pedro Alemão (Dep. Estadual - PSB - 40263)
- Comentário: Alemão?

Vilma Mãe dos Surfistas (Dep. Estadual - DEMO - 25255)
- Comentário: Essa candidata é apoiada por Louco Imóveis e outros surfistas da Beira Mar Norte.

Cristina (Dep. Federal - PV - 4353)
- Comentário: Atente para o look serial-killer-eu-vou-te-matar-se-você-não-votar-em-mim da candidata.

Bozo-Wandeko (Dep. Federal - PV - 4344)
- Comentário: Se sentiria em casa trabalhando no circo que é o Congresso Nacional.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Latinha

A fim de promover a candidatura do meu candidato a deputado federal, o Latinha (PTC 3678), gravei sua propaganda eleitoral da televisão e coloquei no iutubiu, vídeo este que pode ser visto aqui.

Parnaso de Além-Túmulo

Negu Branco, aparição que, envolta numa luz branca, vaga a esmo pela localidade do Pocinho, aterrorizando as pessoas que ali vivem, convocou, ontem, nova reunião com os membros remanescentes da irmandade "Os Betoneiras", cujos sócios fundadores são: Monk, Louco Imóveis, Sr. Ivan, Vaca Brava, Trevas, Paulinho Paulada e, obviamente, eu.

A reunião se realizou no estabelecimento comercial denominado "Point Bakana's" (sic), localizado às margens da Rodovia Jorge Lacerda, e foi regada a caldo de cana. Além de Monk (servidor público estadual e frequentador da pracinha) e Dr. Zé Maya (meu sócio no Trololó Advogados Inc.), contamos com a ilustre presença de Roxinho, que, para quem não sabe, é um aristocrata e latifundiário gasparense, possuindo terras que se estendem do Pocinho até o Oceano Atlântico.

O objetivo da reunião convocada por Negu Branco, nosso guia espiritual, era dar continuidade a recente deliberação que fizemos sobre as próximas eleições.

De início, diante do impasse quanto a quem votaremos para deputado estadual, relacionamos os candidatos mais passíveis de voto, os quais submeto a apreciação dos ociosos leitores deste blog. Vale lembrar que os candidatos foram escolhidos a partir de critérios objetivos, levando em consideração seus planos de governo, seus conhecimentos da coisa pública e seus passados. Ei-los:

Anna Carolina (PV - 43003)
Tati Teixeira (PSDB - 45200)
Mariluci (PT - 13013)

Não se deixando de levar em conta, é claro, Laurinha, Priscila e, é claro, Miliane - uma guerreira socialista, segundo sua propaganda eleitoral -, aqui já mencionadas.

Quanto ao voto para presidente, não se fez nenhum progresso.

Quanto ao voto para deputado federal, que na última reunião haviamos decidido por Latinha, houve uma reviravolta, eis que veio ao nosso conhecimento a existência das seguintes candidatas:

Romanna (DEMO - 2510)
Camila (PV - 4374)
Mayra (PP - 1113)

Ô, Negu Branco, a ti rogamos para que ilumines a penumbra vacilante com tua luz celestial.

as alegrias da vida adulta

malvados titinha 1437as alegrias da vida adulta

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Em quem votar em Santa Catarina

Diante da proximidade com as eleições - aquele faz de conta em que escolhemos quem irá surrupiar os cofres públicos pelos próximo 4 anos -, convoquei uma reunião com Monk (servidor público estadual e frequentador da pracinha) e Dr. Zé Maya (meu sócio) a fim de escolhermos nossos candidatos.

A reunião se realizou na quadrinha e teve como guia espiritual o Negu Branco, entidade fantasmagórica que habita a região do Pocinho.

Após longa deliberação, chegamos aos seguintes nomes:

Governador: Carmelito Smieguel (33 - PMN)
Deputado Federal: Latinha (3678 - PTC)
Senador: Joaninha (160 - PSTU)
Senador: Alex (161 - PSTU)

Não chegamos a um consenso quanto a quem votaremos para presidente e deputado estadual, então Negu Branco, nosso guia espiritual, aconselhou-nos a realizar nova reunião na próxima semana. Até lá, estaremos aceitando sugestões.

Quanto ao voto de deputado estadual, eu, pessoalmente, estou em dúvida entre as seguintes candidatas, eis que elas têm as propostas mais sólidas e coerentes:

Laurinha (45900 - PSDB)
Priscila (13069 PT)

Não obstante, também me sinto inclinado a votar na Miliane (16116 - PSTU), que seria "uma guerreira socialista", segundo sua propagando no horário eleitoral gratuito.

Quanto ao cargo de presidente, não sei em quem votar.

Assim, sendo, concito-vos a votarem nos candidatos acima indicados. Caso contrário, Negu Branco irá puxar seu pé todas as noites até o fim desta legislatura.

sábado, 4 de setembro de 2010

a noite veio e a alma é vil

Em observância a recente promessa que fiz ao Glorioso Pai Celestial, abster-me-ei de fazer qualquer tipo de crítica à criação de 10 novos cargos de desembargador e 6 novos cargos de desembargador substituto por parte do nosso Tribunal de Justiça.

Da mesma forma, mesmo que cada um dos investidos nos 16 cargos acima referidos tenha direito a 6 assessores, perfazendo um total de 96 novos assessores, deixarei de emitir qualquer opinião que possa ir contra os interesses do Poder Judiciário.

Amém.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Prece

Deus, se eu passar nesse concurso de Oficial de Justiça, prometo que nunca mais falarei mal do Poder Judiciário.

Amém.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Marcha da Família com Deus pela Liberdade

Formo com Srta. K.M., minha amasia, um casal ensimesmado, que se basta em si mesmo, arredio ao convívio com outras pessoas.

Eventualmente, no entanto, somos convidados a atender eventos da baixa sociedade blumenauense. Nessas raras oportunidades, considerando-se que sou um rapaz ignorante acerca das convenções da sociedade burguesa moderna, acho deplorável o costume de que homens e mulheres devem, compulsoriamente, serem separados em festas e situações análogas:

- Rapazes devem se sentar aqui e conversar sobre futebol, mecânica automobilística e mulheres que eles nunca comerão, enquanto que as moças devem se sentar acolá e conversar sobre novelas e tricô.

Qualquer tentativa de se quebrar essa regra será vista como um atentado ao Estado Democrático de Direito, à Convenção de Haia e às resoluções da Organização Mundial do Comércio, cumulativamente, sujeitando-se os infratores à julgamento perante um órgão colegiado formado por Jesus Cristo, Buddha, Maomé e Jeová.

Não que os casais tenham que, necessariamente, permanecer juntos o tempo inteiro, mas transcende a minha compreensão a forma como essa lei é seguida a risca na maioria dos eventos sociais, como se ainda ainda estivéssemos na Idade Média, quando a igualdade entre gêneros ainda não era uma garantia constitucional, ou como se homens e mulheres fossem seres incompatíveis e de gostos irreconciliáveis ...

E apesar de ser uma convenção de cunho eminentemente machista, causa-me igual estranheza o fato de que seus maiores defensores são, pasmem, as próprias mulheres.

Mas enfim, tendo em vista que esta divagação acabou tomando um ar deverás sério, que em muita destoa do clima pseudo-humorístico que impera neste blog, concluo-o com uma assertiva mais condizente com minha linha editorial: bom seria se, em todos os eventos festivos, reinasse o mesmo espírito de companheirismo e tolerância encontrado nas festas frequentadas por Putanheiro-Mor, meu colega de trabalho sodomita, onde as pessoas se reúnem nuas e praticam o amor livre, sem se preocupar com raça, credo, gênero ou doenças sexualmente transmissíveis.

sábado, 28 de agosto de 2010

Tauba de Moíses

Não ligarás tua televisão no sábado a tarde.

Efeito cascata

juiz tjsc
Desembargador do Tribunal de Justiça comemorando que o Congresso Nacional "reajustou" o salário dos Ministros do STF para R$ 30.675,00 (trinta mil, seiscentos e setenta e cinco reais), salário este que é o teto da categoria e serve como referência para o salário de todos os deuses magistrados brasileiros.

O homem fiel e outros contos

Dia desses, lá estava eu proseando com Putanheiro-Mor na sede do Poder Executivo de Isla Pequeña. Na verdade, não era bem uma conversa, mas sim um monólogo iniciado unilateralmente pelo libidinoso personagem retromencionado. É que não havia mais ninguém ali com quem ele pudesse compartilhar suas últimas proezas de cunho erótico-sodomita, então eu acabei sendo escolhido como vítima, o passivo interlocutor.

O relato tinha como pano de fundo um quarto de motel, cujo banheiro possuía duas hidromassagens, e como protagonistas, Putanheiro-Mor e uma moça "de família".

A riqueza de detalhes era tamanha que, enquanto Putanheiro contava entusiasmadamente sua estória - gesticulando, fazendo movimentos com a pélvis, franzindo o cenho e colocando a língua para fora - era como se eu estivesse naquele mesmo quarto de motel, tomando parte na ação. Agora, eu até sei que a moça possui uma marca de nascença na batata da perna esquerda, cujo formato muito se assemelha aos contornos geográficos de Nova Gales do Sul, e que seu ovário esquerdo possui pequenas calosidades que só podem ser percebidas com o tato.

- Tá, mas essa guria é aqui da cidade? - perguntei inocentemente.
- Sim, é a Guria-X* - respondeu, feliz por ter despertado minha atenção
- O quê? Mas ela não é crente? - tornei a perguntar, pois a suposta vítima é uma pela-saco daquelas que andam com uma bíblia embaixo do sovaco e demonizam qualquer um que se sente à mesa de Jezabel
- Sim - ele respondeu, e aqui eu faço uma pausa para ressaltar que usarei as mesmíssimas palavras de Putanheiro-Mor, ipsis litteris -, é uma crente do cu quente...

Findo o relato, Putanheiro-Mor abriu o odioso Internet Explorer em seu microcomputador e, impassível a minha presença, passou a acessar sites de caráter sexual-onanístico em pleno expediente de trabalho.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

rule of law, not of men

No Brasil, depender da benevolência do Poder Público é um calvário.

Quando jovem, meu único sonho era firmar um contrato vitalício com a produtora de filmes onanísticos intitulada Brasilerinhas, e, quem sabe, um dia atuar lado a lado com os grandes mestres Kid Bengala e Carlos Bazuka. No entanto, para minha infelicidade, uma medição realizada pelo meu urologista jogou uma pá de cal nesse intento.

Entristecido e frustrado, como todo funcionário público, resolvi ingressar no funcionalismo público. Estabeleci como nova e única meta na minha miserável vida ser investido no cargo de Desembargador e/ou Ministro do STF. De posse de parcela do Poder Estatal, eu poderia me vingar de todos aqueles que, com os dedos indicadores em riste, já caçoaram das diminutas proporções do meu músculo cavernoso.

Já de início, fui empossado no glorioso cargo de Ouvidor-mor da Capitânia Hereditária conhecida como Isla Pequeña, mas não, isso ainda não era o bastante; nada além de uma tetinha junto ao Pretório Excelso e/ou Olimpo Barriga-Verde me traria contentamento.

Dediquei-me ainda mais aos estudos - enquanto os rapazotes jovens, magros, caucasianos e de olhos verdes, como eu, se entretiam em toda sorte de atos de sodomia e libertinagem, eu tentava, em vão, decorar os Princípios Fundamentais que regem a República Federativa do Brasil.

Pois bem, recentemente obtive razoável colocação num concurso do Tribunal de Justiça, lar dos deuses, e a fim de conseguir mais uns pontinhos na minha nota, eu só precisava duma porcaria de certidão da Prefeitura de Blumenau, na qual se atestasse que eu já fui aprovado num concurso daquela municipalidade.

E é aí que eu retorno a premissa inicial deste relato: No Brasil, depender da benevolência do Poder Público é um calvário.

Liguei lá no Departamento de Recursos Humanos da prefeitura mencionada:

- Eu precisava duma certidão dizendo que eu fui aprovado naquele concurso que vocês fizeram no início do ano.

- Ai, moço, a gente não fornece essa certidão - a mocinha respondeu em tom choroso, como se eu tivesse ligado bem na hora em que ela pretendia iniciar a deglutição de um pão de queijo ou qualquer coisa do tipo.

[Advogado escroque mode ON]

- Minha senhora, tu já ouviu falar dum "negócio" chamado Constituição Federal, mais especificamente em seu art. 5º, inciso xis-xis-xis-pauzinho-vê (XXXIV), alínea "b", que elenca o direito a obtenção de certidões junto aos órgãos públicos como garantia fundamental da pessoa-humana?!

- Ai, moço, essa não foi aquela "lei" que não pegou? - a mocinha perguntou em tom debochado, olhando avidamente para o pão de queijo colocado sobre a mesa.

[Advogado escroque mode OFF]

- Ah, é verdade... Desculpa... Tchau...

A mocinha, então, desligou o telefone, e, com uma única bocada, deglutiu o pão de queijo. Ato contínuo, passou o resto do dia papeando ruidosamente com seus colegas de trabalho sobre os planos para o final de semana.

O banheiro de Jezabel

Se, na porta do banheiro masculino do Paço Municipal de Isla Pequeña, não houvesse a representação pictográfica de um ser humano, eu poderia jurar que aquele toilet era destinado a selvagens reminescentes dos neandertais.

Mija-se mais no chão do que na privada; caga-se e não se puxa a maldita descarga; joga-se, deliberadamente, o rolo de papel higiênico no chão molhado; enfim, protagoniza-se tamanha porquisse, que eu jamais repousaria minhas alvas e delicadas nádegas naquela imunda e gelada louça.

Assim sendo, quando minha cavidade rectal sinaliza a necessidade de dar uma cagada, dirijo-me, furtivamente, a um sultuoso e imaculado banheiro anexo ao Gabinete do Prefeito, onde posso dar vazão as minhas primitivas necessidades, sem medo de contrair algum tipo de pereba infecto-contagiosa na minha região pudenda.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Mandato de Insegurança

Nos meus tempos de faculdade, por só encontrar contentamento na leitura, na frequência as aulas e no onanismo, eu era motivo de escárnio e desprezo pelos demais "baixarias em direito".

Pois bem, todo o sofrimento e dedicação valeram a pena, é que naquela ação que movi em favor do meu primeiro cliente, obtive liminar de total procedência. Na decisão, o opulentíssimo sinhô dotô juiz de direito determinou a posse imediata do meu cliente, além do pagamento de danos morais, pensão vitalícia e auxílio-bokarras.

É, com certeza, a primeira de muitas vitórias jurídico-processual-filo-teleológicas do Trololó Advogados Inc. Em comemoração, Dr. Zé Maya, meu sócio, convidou-me para tomarmos uns drinks naquela ilha de segurança defronte ao Gascic, no início da Avenida das Infelicidades. Ato contínuo, já sob forte efeito da cachaça, vagaremos a esmo pela rua Cel. Aristiliano Ramos, importunando os transeuntes e admoestando as moçoilas.

E aqueles que riram de minha abnegação solitária durante os sofridos anos do curso de direito? Devem estar por ai confeccionando um malfadado abaixo-assinado objetivando a extinção do Exame de Ordem...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Zona do Baldinho

Todas as segundas-feiras de manhã, Putanheiro-mor, um dos mais populares personagens deste blog, chega para trabalhar acabado e com a cara inchada da cana. Ato contínuo, sem que ninguém peça, ele passa a relatar uma epopéia de sodomia e libertinagem, que inicia na quinta-feira e termina na segunda-feira de madrugada.

Quengas de "deiz reau"; banheiros de motel com duas hidromassagens; práticas sexuais não-ortodoxas; surubas; et cetera: são temas recorrentes em seus relatos.

Na eventualidade de uma das moças envolvidas na estória ser velha/feia/gorda, o minucioso relato será concluído com alguma afirmação em tom pesaroso do tipo: "o cara de pau duro só faz merda mesmo..."

domingo, 15 de agosto de 2010

Diabas Catarinenses II: A Missão

Acabo de chegar da Ilha da Magia, berço dos Deuses e das Diabas Catarinenses.

Fui lá prestar um concurso pra Oficial de Justiça do Tribunal de (in)Justiça(s).

Sim, lá os "baixarias em direito" são igualmente desprezíveis aos blumenauenses/gasparenses. Tal constatação confirma minha teoria de que nenhum dos indivíduos da estirpe supramencionada é digno de respeito, independentemente de onde estejam domiciliados.

À exceção da convivência com os vermes oriundos dos cursos de direito, gosto de ir à Capital. Eu que me sinto um completo alienígena no Vale do Itajaí, acho fascinante o fato de que ainda existe um lugar onde se possa encontrar e conversar com pessoas que lêem livros de verdade, ouvem músicas que não tocam nas rádios e que não ficam repetindo roboticamente por aí as verdades absolutas publicadas na Revista Veja.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Casa de Swing em Gaspar

Hoje pela manhã, Putanheiro-Mor chegou pra trabalhar com a cara inchada da cachaça. Sem que ninguém pedisse ou demonstrasse qualquer interesse, ele passou a relatar sua noite anterior com uma riqueza surpreendente de detalhes. Ao que parece, ele teria passado a noite num motel com uma moça de família. Em minúcias, ele descreveu tudo, desde os ato preparatórios, a fisionomia da moça e até cada etapa do inter criminis. "Aja pinguelo pra aguentar tanta foda", ele afirmou ao concluir seu relato.

Pouco antes do meio-dia, ele atende uma ligação. Era sua esposa lhe convidando para almoçar. Com cara de enfado, ele desliga o telefone e diz: "Espero que ela não queria fuder depois"

- Por quê? - pergunto ingenuamente.

- Depois de ontem a noite, não quero nem ver buceta hoje...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Pen-drive, señor?

paraguay ciudad del este mc donalds shopping vendomeCAOS! Essa é a melhor palavra para descrever aquela nação sulamericana de contrabandistas, o Paraguai, onde estive no último final de semana.

Já na cabeceira brasileira da Ponte da Inimizade, o emaranhando de seres humanos, carros, motos, ônibus e vans é apenas o prenúncio do que espera o visitante do outro lado.

Imagine ladeiras sujas de terra roxa, apinhadas de pessoas, taxistas malucos, motos sem placa, carros caindo aos pedaços; as ruas são cercadas por todos os lados de banquinhas de camelô, e, a cada dois passos dados, alguém enfia um pen-drive ou um saco de meias na tua cara. Isso é Ciudad del Este, a cidade-camelô que fica do lado paraguaio da Ponte.

No começo, eu até tentava ser educado: "não, meu senhor, muito obrigado, mas não preciso de pen-drive/saco de meias" eu repetia a cada dois segundos, na minha primeira hora em Ciudad del Este. Fatalmente, é claro, até uma pessoa nascida no seio da aristocracia gasparense como eu, fica de saco cheio e passa a simplesmente ignorar os vendedores.

Não obstante, ao perceberem que você é um turista inexperiente naquela terra onde a selvageria e a auto-tutela imperam, a impressão que se tem é que todos te olham maliciosamente com aquela cara de que estão bolando algum plano maligno pra tentar ti ludibriar.

Detalhe: em que pese a gigantesca estrutura da Receita Federal no lado brasileiro da Ponte, entrei e sai daquele país, onde os tratados e convenções internacionais não têm nenhuma serventia, sem ser parado pelos agentes alfandegários. Na infeliz hipótese de ter sido parado, com certeza eu teria sido autuado e preso pela prática do crime de descaminho, consistente em elidir o pagamento do imposto devido pela entrada de mercadoria estrangeira no território nacional.

Ainda bem que esse negócio de pagar imposto foi uma "lei que não pegou" e eu, minha muamba e minha primariedade conseguimos retornar incólumes ao glorioso estado de Santa Catarina.

Quiromancia e tarologia em Gaspar

No Terminal da Fonte, local que concentra a maior quantidade de maloqueiros por m² em Blumenau, há um Quadro de Anúncios, localizado bem no meio da plataforma, onde as pessoas podem, por óbvio, anunciar serviços e coisas do tipo.

Na última noite, lá estava eu no Terminal da Fonte, tentando não ser admoestado por maloqueiros e esperando o próximo ônibus pro Bela Vista. Pra matar um tempo, resolvi dar uma lida no mencionado Quadro de Avisos.

Eis o anúncio que mais me chamou a atenção:

terminal da fonte blumenau siga

Acredito que os serviços do Prof. Ricardo seriam de grande valia para os poucos leitores deste malfadado blog.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Orgia onanística

Todos os dias, quando vou trabalhar, pego o mesmo ônibus e me sento no mesmo banco.

Para minha surpresa, hoje verifiquei que algum filho-de-santa maculou meu lugar favorito no busão, conforme se pode verificar da imagem abaixo, tirada com meu celular 6g totiscrin:

viacao verde vale gaspar blumenau ilhota

Anteprojeto do novo CPP

Durante a elaboração do novo Código de Processo Penal, todos os Tribunais da Federação foram questionados, pelo Congresso Nacional, se tinham alguma sugestão para aprimorar e dar maior celeridade ao processo criminal brasileiro. Após sessão plenária realizada no auditório do Bokarra's Visitors Bureau, em votação unânime, os membros do Tribunal de Justiça mantiveram a tradição de, sob o esfarrapado argumento de fortalecer a sociedade, as garantias constitucionais, etc, só se preocuparem com suas benesses, fazendo uma única sugestão, in fezis:

"Prezados congressistas, em prol do Estado Democrático de Direito, pede-se que seja acrescido ao art. 397, do CPP, o inciso e parágrafos destacados:

Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:

I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;

II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;

III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime;

IV - extinta a punibilidade do agente;

V - que o acusado é um magistrado.

§ 1º O magistrado será sempre sumariamente absolvido, por mais hediondo ou torpe que seja o crime que lhe é imputado, sem exceções.

§ 2º Após a prolação da sentença de absolvição sumária, que é obrigatória, o magistrado fará jus a um cruzeiro com tudo pago pelas Bahamas, acompanhado de, pelo menos, uma recepcionista do Tribunal de origem.

§ 3º Os benefícios do inciso V e dos parágrafos 1º e 2º são extensíveis aos Promotores, Defensores Públicos e todos os outros deuses do universo jurídico brasileiro.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

The People Vs. Microsoft

Não é fácil ser, concomitantemente, adevogado e aspirante-a-nerd. Todos os sites do Poder Judiciário Brasileño, inclusive do TJSC e do STF, são incompatíveis com o Firefox e com o Chrome.

Se nossos magistrados não fossem tão cegos para o mundo que lhes cerca, talvez as pessoas pudessem banir o odioso Internet Explorer® de suas vidas.

Súmulas Vinculantes do TJSC

trololo advogados inc gaspar advocaciaPara os advogados, que como eu, são pobres e não dispõem de veículo automotor ou gravatas de seda, o TJSC permite que petições dirigidas a qualquer Fórum do estado possam ser protocoladas em qualquer agência dos Correios.

Pois bem, na última manhã, lá estava eu na agência dos correios de Isla Pequenã protocolando uma petição inicial destinada à Comarca da Capital, uma causa ganha em que estou pedindo R$ 2.000.000.000,00 de danos morais.

Depois de protocolado, envelopado e selado o bagulho, enquanto eu aguardava a impressão do comprovante de pagamento, fui surpreendido pelo seguinte questionamento feito pela mocinha que estava me atendendo:

- "Tu faz trabalhista também?"

Abre parênteses:

Faço uma pausa para destacar que, na faculdade, tive direito do trabalho com o Professor Mirabolante, logo, compreendo o direito do trabalho na mesma intensidade em que compreendo a mente feminina; alias, em minha vida, nunca fiz uma única petição trabalhista sequer, nem saberia o que fazer em eventual audiência na justiça do trabalho; e, pelo que me parece, todos os advogados trabalhistas são velhos e catinguentos.

Fecha parênteses.

- "Claro", respondi. "Qual seria a celeuma?"

- "Ah, eu queria pedir equiparação com os bancários, pois realizo os mesmos serviços, mas ganho muito menos"

Fiz um cemblante pensativo, acariciei meu cavanhaque com a mão esquerda - na minha mente, repassava todo tipo de merda que poderia acontecer caso eventual aventura na justiça do trabalho desse muito errado - ergui a mão direita com o dedo indicador apontado para a mocinha e sentenciei:

- "É caso de mandaTo de segurança ao STF!"

Ela não me pareceu muito convencida, então me vali do velho artifício de inventar expressões em latim para impressioná-a:

- "Essa causa é ganha, 100% garantida, eis que amparada pelo brocárdio: 'pacta sum servanta, data vênia est.' Inclusive, eu e meu sócio, Dr. Zé Maya, somos especializados em direito do trabalho."

Pela expressão em seu rosto, tive a certeza de que meu intento havia sido atingido.

- "Mas quanto o senhor cobra?"

- "Não se preocupe com isso, minha filha, eu não cobrarei nada para ajuizar a sua ação, o importante é garantir a efetivação dos seus direito, pois isso é uma coisa que não tem preço. No entanto, o Poder Judiciário Barriga-Verde cobra, à título de custas prévias, cerca de R$ 1.000,00, que tu podes depositar na minha conta pessoal e depois eu repasso para os cofres públicos."

Como desossar uma marreca

sexo em gasparApós vários dias de chuva intermitente, finalmente o sol havia conseguido transpor as nuvens e agora brilhava radiante no céu azul.

Mas nada disso importava para mim, que estava sentado numa sala climatizada defronte a um computador, batucando meus dedos franzinos num teclado amarelado.

Nisso, Putanheiro-mor, que trabalha na mesa ao lado, saca o telefone e disca um número.

Faz-se uma pausa enquanto ele aguarda que a pessoa do outro lado da linha o atenda.

- Ô, cara. Beleza? Então, vais fazer alguma coisa agora a tarde?

Imagino que o outro cara tenha respondido que "não".

- Não tais afim de pegar umas marrecas pra nois desossar? (sic)

Suponho que o outro cara tenha respondido que "sim".

- Beleza então - concluiu Putanheiro-Mor, desligando o telefone em seguida. Ele se levanta e fala pra mim: - Vou dar uma "saidinha" e já volto.

- Ok - respondo monossilabicamente, e antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, vi Putanheiro-mor saindo apressadamente pela porta.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Filme pornô em Gaspar

sociedade gasparense gasparPor trás dos cenhos franzidos e dos discursos moralistas, esconde-se uma cidade em que a putaria rola solta.

Isla Pequeña, pequenina cidadezinha catarinensezinha onde exerço húmus público, é uma mina inesgotável de estórias putanhescas.

Eis mais uma história que meu colega Putanheiro-Mor me contou esses dias:

De início, a fim de resguardar a memória do protagonista da história, e evitar mais ações por danos morais c/ pensão vitalícia contra a minha sofrida pessoa, vamos chamá-lo de Carlos (Bazuka).

Outrora um homem viril que comia geral, Carlos, agora com 85 anos, há muito estava entrevado numa cama.

Ao acordar para um dia que prometia ser como todos os outros, Carlos sentiu algo diferente, algo que não sentia há décadas; tal qual a Phoenix que ressurge das cinzas, algo havia acordado de um longo sono em suas calças, um ser que pulsava no ritmo de seus batimentos cardíacos.

Movido por uma premente necessidade de não desperdiçar aquela oportunidade, bradou com todas as suas forças pelo nome da esposa.

Esbaforida e com o rosto carregado de preocupação, ela entra correndo pela porta aberta. "O que foi?", ela pergunta; ao que Carlos teria respondido: "feche a porta e se aprochegue".

Segundo relato de testemunhas oculares, ela teria subido na cama, sentado sobre o cara e feito todo o trabalho sujo, eis que ele tinha dificuldades para se mexer.
porno gaspar
Atingido o climax, a mulher teria se dirigido ao banheiro para, e aqui eu ressalto que irei me valer da mesma expressão utilizada pelo cara que me contou essa estória, ipsis litteris: "lavar a marreca".

Ela então teria voltado para o quarto apenas para constatar que o cara havia, pasmem, morrido! Sério, ela chegou no quarto e o cara tava morto.

Como conclusão, meu colega Putanheiro-Mor sentenciou: "pelo menos ele morreu feliz..."

*aplausos*

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Você quis dizer: Marcelo Xurume

marcelo schrubbe
Como de costume em períodos "eleitoreiros", recebi um e-mail chavão de candidato a cargo eletivo, in fezis:

"Olá Amigo(a) Internauta!

Sou *censurado*, Vereador em Blumenau, Fisioterapeuta, Bombeiro e Presidente Estadual da Juventude Democratas de Santa Catarina. Neste ano aceitei o chamado para um novo desafio, ser candidato a Deputado Federal. (...)"


Como resposta, enviei ao candidato supra-mecionado:

"Olá amigo(a) Candidato(a)!

Se você me prometer que irá propor um projeto de lei prevendo punição de 100 chibatadas para candidatos que enviem e-mails não solicitados, pode contar com o meu voto!

Atenciosamente

Kid Bengala"


Até o fechamento desta edição, não houve réplica.

Take the blue pill, said Morpheus


Esses dias fiquei sabendo de mais um conto putanhesco aqui de Isla Pequeña.

Parece que um velhão aqui da cidade, desejoso de praticar atos libidinosos depois de um longo hiato, resolveu testar uma das maiores invenções da farmacologia desde a penicilina, o Viagra®.

Após uma rápida ida a farmácia, já de posse da festejada pílula azul, ligou para uma velha, e a convenceu a ir até sua residência praticar atos libidinosos.

Abre parênteses

Segundo conceituação doutrinária, "além da cópula vaginal (pênis na vagina), são considerados atos libidinosos todos os atos que implicam contato da boca com o pênis, com a vagina, com os seios ou com o ânus, os que implicam manipulação erótica (por mãos ou dedos) destes mesmos órgãos pelo respectivo parceiro, os que implicam introdução do pênis no ânus ou no contato do pênis com os seios, e os que implicam masturbação mútua."¹

Fecha parênteses

Pois bem, durante várias horas os dois se esbaforiram praticando toda sorte de atos tidos pela sociedade burguesa como "libidinosos".

Ocorre que, passadas várias horas após o encerramento das atividades, o pinto membro víril do cara não retornava ao status quo antes, permanecendo resolutamente em riste.


Preocupado, o cara se dirigiu até o postinho de saúde da cidade, onde foi medicado, não se sabendo se a medicação aplicada diretamente no membro, com uma agulha de 9 polegadas, surtiu efeito.

Era o que tinha a relatar por hora, rogando sempre ao nosso Pai Celestial para que abençoe a causa 100% vida loK cabuloza bela vistense.

1 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Ato_libidinoso. Acesso em 26/07/2010.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Periculum in Kidis Bengalum

dilma hussefDizem que a primeira vez a gente nunca esquece. Pois bem, esses dias eu estava sentado em meu gabinete no escritório sede do Trololó Advogados Inc., o único escritório de advocacia itinerante do Brasil, quando entra pela porta meu primeiro cliente.

Aflito, o pobre rapaz me relatou seu "pobrema". Com o cemblante sério, olhei bem nos olhos chorosos daquele rapaz e sentenciei: "é caso de mandaTo de segurança junto ao STF". Ato contínuo, a fim de impressioná-lo com meu brilhantismo jurídico, passei a proferir várias expressões jurídicas em latim (e.g.: Amicus curiae, Condicio sine qua non, Custos legis, Data venia, etc.), que não faziam nenhum sentido ou se aplicavam aquele caso, mas que acabaram por convencê-lo a se valer dos serviços do Trololó Advogados Inc., o mais renomado escritório de advocacia de Gaspar.

- Não temas mais, meu garoto, após o pagamento deste boleto, eu e meu sócio, Dr. Zé Maya, iremos resolver todos os seus problemas, pois esta é uma causa ganha, inclusive iremos cumular o seu mandado de segurança com um pedido de danos morais e pensão vitalícia - eu falei pro cara em tom resoluto.

- Muito obrigado, seu dotô, só o senhor nessa frente - ele balbuciou como resposta.

Agora muito mais calmo, o rapaz se despediu e ficou de me mandar por e-mail o comprovante de pagamento dos meus honorários.

De volta ao meu gabinete aveludado, sentei-me defronte ao computador determinado a confeccionar o mais brilhante mandado de segurança já visto. Abri meu navegador de internet, acessei o google e digitei: "modelo grátis de mandado de segurança ao STF com pedido liminar danos morais pensão vitalícia e honorários de sucumbência".

Baixei o primeiro resultado, troquei o nome das partes, mandei imprimir e, voila, em menos de 10 minutos já tinha a petição inicial em mãos.

Ansioso por protocolar minha primeira demanda, embarquei no "meu carro" e fui direto pra Corte de Justiça Gasparense, onde dei entrada no bagulho.

E já que eu estava ali no Fórum e não tinha mais nada pra fazer, dirigi-me até a Sala da OAB, onde fiquei papeando e rindo ruidosamente com "a galera", além de ficar burilando as estagiárias que ali laboram, até altas horas da noite.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Download Grátis do Betha Sapo

advocaciaRecebi alguns e-mails e mensagens telegráficas me indagando se o exercício da advocacia não seria incompatível com o funcionalismo público, como no meu caso. A fim de sanar essa dúvida, levei-a ao meu sócio no Trololó Advogados Inc., o renomado Dr. Zé Maya, graduado pela "Harvard School of Law ME" e professor catedrático da "Yale University Ltda."

Após detida análise do Estatuto da Adevocacia, da doutrina e da jurisprudência pátrias, Dr. Zé Maya exarou o seguinte parecer: "Entendo que não há incompatibilidade, pois esse negócio de que não se pode advogar e ser funcionário público ao mesmo tempo foi uma lei que não pegou."

Vindo do mais brilhante jurista da cidade de Gaspar, o parecer do Dr. Zé Maya liquidou qualquer lampejo de dúvida que possa haver sobre essa questatio. Inclusive, Dr. Zé Maya já impetrou um Habeas Porcus preventivo, caso a Santa Inquisição venha no meu encalço.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Will advocate for sex

Apesar de ocupar cargo público junto ao Paço Municipal de Pequeña Isla, também sou Sócio Vice-Sub-Gerente do Trololó Advogados Inc., um dos mais tradicionais e renomados escritórios de "adevocacia" da cidade de Gaspar. Não me orgulho disso nem me identifico com meus pares, mas o exercício intermitente da advocacia se faz necessário para complementar meus parcos rendimentos.

Hoje mesmo, representando uma odiada empresa de telefonia, fui numa audiência na Corte de Justiça Gasparense, razão pela qual fui obrigado a desenterrar do guarda-roupa minha fantasia de advogado. Destaco a gravata de seda preta, com pequeninas listras brancas em alto-relevo. Só fiquei devendo o topete elaborado, pois, apesar de já ter ostentado uma cabeleira farta no passado, hoje restam poucos foliculos capilares em meu castigado couro cabeludo.

Mas enfim, enquanto eu aguardava o chamado jurisdicional, fiquei ali no corredor do fórum gasparense observando a fauna que circula naquele antro. Que espetáculo lamentável. Muitas vezes fiquei em dúvida se estava num fórum ou num desfile de moda.

Nisso, uma advogada de meia-idade se senta ao meu lado e pergunta: "audiências das 16 horas?"

Com um movimento de cabeça, respondo que sim.

Ela então inicia um monólogo sobre os aspectos legais daquele processo, sob o argumento de que patrocina incontáveis ações daquela natureza e acompanha, avidamente, o posicionamento do STJ sobre o assunto..

"Legal", respondo secamente.

Incapaz de perceber que eu não aprecio o contato com outros seres humanos, ela reinicia seu monólogo "hoje de manhã me ligaram lá da RBS, pedindo para que eu fosse lá dar uma entrevista sobre essa questão (...)"

Quanto a essa última afirmação, eu deveria ter respondido: "nossa, como você é foda, parabéns; se você tivesse um par de bolas, eu as lamberia em culto ao seu brilhantismo jurídico." No entanto, só voltei a assentir com a cabeça.

Graças ao bom deus, no exato instante em que eu já não aguentava mais a verborréia daquela senhora, um estagiário de físico franzino nos chamou à sala de audiências.

Vale ressaltar que essa foi a primeira audiência que fiz sozinho na vida. Surpreendentemente, eis que sou um rapaz ansioso e inseguro, nos momentos que a antecederam, eu estava bem traquilo. Afinal de contas, era só uma daquelas audiências podres de conciliação do Juizado Especial, sendo que a única instrução que eu havia recebido da empresa foi: "não há possibilidade de acordo".

Dai tá, o digitador perguntou se havia possibilidade de acordo; com olhos faiscando de expectativa, a outra advogada olhou pra mim; impassível, respondi que "neste momento processual, não há interesse por parte da empresa em realizar um acordo"; e pronto, acabou a audiência. Toda a necrosada máquina do Judiciário Catarinense foi movimentada para que uma audiência de 3 minutos se desenrolasse; milhares de reais dos contribuintes jogados na privada.

Sem mais, era o que eu tinha a relatar.

Ah, e antes que eu me esqueça, caso algum leitor deste blog necessite buscar socorro junto ao Judiciário Catarinense, desde já me coloco a disposição. Ressalto que topo qualquer aventura jurídica - não dê ouvidos para um advogado que faça afirmações do tipo: "isso não enseja danos morais", pois nenhuma causa é leviana ou frívola demais para o renomado escritório Trololó Advogados Inc. Inclusive, cobrimos qualquer oferta daquele namorado da sua prima que acabou de tirar a carteirinha da OAB. Ligue agora e faça seu orçamento!