terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Marcha da Família com Deus pela Liberdade

Formo com Srta. K.M., minha amasia, um casal ensimesmado, que se basta em si mesmo, arredio ao convívio com outras pessoas.

Eventualmente, no entanto, somos convidados a atender eventos da baixa sociedade blumenauense. Nessas raras oportunidades, considerando-se que sou um rapaz ignorante acerca das convenções da sociedade burguesa moderna, acho deplorável o costume de que homens e mulheres devem, compulsoriamente, serem separados em festas e situações análogas:

- Rapazes devem se sentar aqui e conversar sobre futebol, mecânica automobilística e mulheres que eles nunca comerão, enquanto que as moças devem se sentar acolá e conversar sobre novelas e tricô.

Qualquer tentativa de se quebrar essa regra será vista como um atentado ao Estado Democrático de Direito, à Convenção de Haia e às resoluções da Organização Mundial do Comércio, cumulativamente, sujeitando-se os infratores à julgamento perante um órgão colegiado formado por Jesus Cristo, Buddha, Maomé e Jeová.

Não que os casais tenham que, necessariamente, permanecer juntos o tempo inteiro, mas transcende a minha compreensão a forma como essa lei é seguida a risca na maioria dos eventos sociais, como se ainda ainda estivéssemos na Idade Média, quando a igualdade entre gêneros ainda não era uma garantia constitucional, ou como se homens e mulheres fossem seres incompatíveis e de gostos irreconciliáveis ...

E apesar de ser uma convenção de cunho eminentemente machista, causa-me igual estranheza o fato de que seus maiores defensores são, pasmem, as próprias mulheres.

Mas enfim, tendo em vista que esta divagação acabou tomando um ar deverás sério, que em muita destoa do clima pseudo-humorístico que impera neste blog, concluo-o com uma assertiva mais condizente com minha linha editorial: bom seria se, em todos os eventos festivos, reinasse o mesmo espírito de companheirismo e tolerância encontrado nas festas frequentadas por Putanheiro-Mor, meu colega de trabalho sodomita, onde as pessoas se reúnem nuas e praticam o amor livre, sem se preocupar com raça, credo, gênero ou doenças sexualmente transmissíveis.

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